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BIOÉTICA E SAÚDE MENTAL INDÍGENA: INTERCULTURALIDADE OU INTEGRACIONISMO?

A presente pesquisa busca fazer uma análise sobre como a prática psicológica constrói seus limites bioéticos nas intervenções em comunidades indígenas, tendo em vista o histórico eugenista e colonial do Estado brasileiro e da profissão. Discutiremos como o encontro entre culturas distintas pode assumir caráter de dominação pelo profissional não-indígena, uma vez que o saber psicológico ainda é permeado por teorias e práticas eurocentristas, as quais pouco abrangem o que é a saúde mental indígena e suas complexas subjetividades.  Desse modo, delinearemos o passado colonial do Brasil e como este contribui para o apagamento atual do sujeito-coletivo originário nas discussões de saúde mental. Ademais, utilizou-se a pesquisa bibliográfica de pesquisadores da saúde indígena para abordar as medidas constitucionais e políticas responsáveis por criar leis, diretrizes e instituições que asseguram os direitos e acessos das populações indígenas à saúde diferenciada. A partir das definições do que é saúde e adoecimento nas cosmovisões originárias, elabora-se um paralelo à necessidade de uma atuação psicológica bioética pautada no princípio da autonomia, uma vez que é fundamental estabelecer limites para as intervenções de psicólogos não-indígenas, os quais estão distantes das realidades tradicionais e, portanto, devem assumir uma posição de escuta e aprendizagem em consonância com os parâmetros culturais do povo em questão.
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BIOÉTICA E SAÚDE MENTAL INDÍGENA: INTERCULTURALIDADE OU INTEGRACIONISMO?

  • DOI: 10.22533/at.ed.9652309107

  • Palavras-chave: Saúde mental indígena; limites bioéticos; interculturalidade; intervenção psicológica; colonialismo.

  • Keywords: Indigenous mental health; bioethical limits; interculturality; psychological intervention; colonialism.

  • Abstract: This research seeks to analyze how psychological practice builds its bioethical limits in interventions in indigenous communities, considering the eugenics and colonial history of the Brazilian State and the profession. It will discuss how the encounter between different cultures can assume a character of domination by the non-indigenous professional, since psychological knowledge is still permeated by Eurocentric theories and practices, which do not cover what indigenous mental health and its complex subjectivities. In this way, Brazil's colonial past will be outlined and how it contributes to the current erasure of the original collective subject in discussions of mental health. In addition, bibliographical research by indigenous health researchers was used to address the constitutional and political measures responsible for creating laws, guidelines and institutions that ensure the rights and access of indigenous populations to differentiated health. Based on the definitions of what health and illness are in the native cosmovisions, a parallel is drawn up to the need for a bioethical psychological action based on the principle of autonomy, since it is fundamental to establish limits for the interventions of non-indigenous psychologists, who are far from traditional realities and, therefore, must assume a position of listening and learning in line with the cultural parameters of the people in question.

  • Angélica Cruz de Morais
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