A ventilação mecânica é um suporte fundamental no manejo de pacientes críticos em unidades de terapia intensiva (UTIs); no entanto, sua duração prolongada está associada a um aumento substancial no risco de complicações respiratórias e sistêmicas, impactando diretamente as taxas de morbidade e mortalidade. Este artigo de revisão explora os avanços recentes nas práticas clínicas destinadas à redução do tempo de intubação, analisando tanto as inovações tecnológicas quanto as estratégias terapêuticas e multidisciplinares implementadas nesse processo. Entre os principais avanços tecnológicos destacam-se o uso de ventilação protetora pulmonar e dispositivos como a oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e a terapia de alto fluxo nasal (TAN), que promovem um suporte respiratório eficiente, preservando a integridade pulmonar. Estratégias de desmame, como os Testes de Respiração Espontânea (TRE) e o Treinamento Muscular Respiratório (TMR), também se mostram eficazes na transição para a respiração espontânea, possibilitando uma redução segura no tempo de intubação. No âmbito do manejo farmacológico e das intervenções não farmacológicas, o protocolo ABCDEF, com seu enfoque em sedação leve e controle do delirium, demonstrou reduzir as taxas de reintubação e melhorar a estabilidade clínica dos pacientes. As abordagens multidisciplinares, integradas por médicos intensivistas, fisioterapeutas, enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas, são essenciais para o sucesso do desmame, proporcionando uma visão abrangente do estado clínico e intervenções contínuas e personalizadas. O uso de algoritmos de inteligência artificial, que auxiliam na predição da prontidão para extubação, fortalece essa colaboração e aumenta a segurança no processo de desmame. Essas práticas integradas têm contribuído para a melhoria dos desfechos clínicos e para a preservação da qualidade de vida dos pacientes críticos, oferecendo uma base sólida para o desenvolvimento de protocolos baseados em evidências e a implementação de políticas institucionais que favoreçam a individualização do cuidado em UTIs.