AUTO-ESTIGMA NUMA AMOSTRA DE ADULTOS PORTUGUESES COM DOENÇA MENTAL
O estigma em Saúde Mental ocorre quando se rotula negativamente uma pessoa com doença mental, que leva à discriminação e segregação da mesma. Dá-se em forma de crenças, atitudes e comportamentos que trazem consequências negativas na vida da pessoa que é estigmatizada. Quando a vítima internaliza estas noções como reais acentuam-se os efeitos nefastos que impactam as várias dimensões da sua vida. Os objetivos deste estudo visaram: a) averiguar o nível de auto-estigma das pessoas com doença mental; e b) correlacionar o nível de auto-estigma com as variáveis autoestima, ideação suicida e, paralelamente, com as caraterísticas sociodemográficas (género, escolaridade e atividade profissional), tempo de tratamento e conhecimento percebido sobre saúde/doença mental. Trata-se de um estudo quantitativo de natureza descritivo-correlacional realizado em fevereiro de 2020, através da aplicação de um questionário a utentes de um departamento de Psiquiatria do um centro hospitalar da zona centro de Portugal, dos quais foram selecionados 58 casos para estudo. Os resultados obtidos evidenciam que elevados níveis de auto-estigma estão relacionados com menores níveis de autoestima, e um maior risco de ideação suicida. Foram ainda encontradas associações entre o aumento do auto-estigma em pessoas com baixas habilitações literárias e sem atividade profissional. Neste sentido, a implementação de programas de intervenção deverá seguir uma abordagem mista (i.e., psicofarmacoterapia e terapias cognitivo-comportamentais) capaz de reduzir do estigma internalizado e fortalecer a autoestima.
AUTO-ESTIGMA NUMA AMOSTRA DE ADULTOS PORTUGUESES COM DOENÇA MENTAL
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DOI: 10.22533/at.ed.9512118062
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Palavras-chave: Estigma; Autoestima, Doença Mental; Abordagem quantitativa
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Keywords: Stigma; Self-esteem; Mental Illness; Quantitative approach
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Abstract:
Mental health stigma occurs when a person with mental illness is negatively labelled, which leads to discrimination and segregation. It occurs in the form of beliefs, attitudes and behaviours that have negative consequences on the life of the person who is stigmatized. When the victim internalizes these notions as real, the harmful effects that impact the various dimensions of his life are accentuated. The aims of this study were: a) to ascertain the level of self-stigma of people with mental illness; and b) correlate the level of self-stigma with the variables self-esteem, suicidal ideation and, in parallel, with the sociodemographic characteristics (gender, education and professional activity), treatment time and perceived knowledge about mental health/illness. This is a quantitative study of a descriptive-correlational nature carried out in February 2020, through the application of a questionnaire to users of a department of Psychiatry of a hospital center in the central region of Portugal, from which 58 cases were selected for the study. The results obtained show that high levels of self-stigma are related to lower levels of self-esteem, and a greater risk of suicidal ideation. Associations were also found between increased self-stigma in people with low literacy and without professional activity. In this sense, the implementation of intervention programs should follow a mixed approach (i.e., psychopharmacotherapy and cognitive-behavioral therapies) capable of reducing internalized stigma and strengthening self-esteem.
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Número de páginas: 13
- Ana Isabel Querido
- Maria Isabel Moreira
- Mónica Alves Tribovane
- Raquel Pedrosa Fernandes
- Carlos Laranjeira