ASSOCIAÇÃO ENTRE O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) E O COVID-19 - UMA REVISÃO LITERÁRIA
Em dezembro de 2019 diversos casos de pneumonia, causados por um novo vírus denominado β-coronavírus, foram diagnosticados em Wuhan, na China. Com isso, novos casos semelhantes começaram a surgir no mundo. Em janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou a infecção causada por esse vírus como COVID-19. Diversos estudos apresentam discussões sobre o SARS-CoV-2 como precipitante de complicações. Dentre elas, o Acidente Vascular Encefálico (AVE) que, geralmente, está associado a fases mais avançadas da doença, como na Síndrome da Angústia Respiratória Severa (SARS). Nesse estágio, há aumento de marcadores inflamatórios, do potencial de hipercoagubilidade sanguínea e da injúria endotelial, que precipita maior ativação plaquetária, elevando o risco de eventos tromboembólicos. Com isso, tromboembolismo pulmonar e trombose venosa profunda têm sido reportados em casos de SARS-CoV-2 em múltiplas coortes. Contudo, a associação fisiopatológica com o AVE é pouco explicada. Esse estudo trata-se de uma revisão de literatura baseada no período de 2019-2021. A pesquisa foi idealizada nas bases de dados Cochrane, Scielo e MEDLINE/PubMed. Os descritores utilizados foram AVE/AVC; acidente vascular encefálico aplicando o operador Boleano “AND” associado entre si SARS-CoV-2; COVID-19 e coronavírus. Excluíram-se estudos com pacientes menores de 18 anos e não hospitalizados. Nesse contexto, diversos estudos evidenciaram, estatisticamente, uma relação entre COVID-19 e complicações neurovasculares. Além disso, pacientes sépticos possuem um maior potencial de desenvolver coagulopatia. Isso ocorreria porque o vírus se liga à enzima conversora de angiotensina II nas células musculares endoteliais e lisas do cérebro, o que prejudica a homeostase do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona. Com a exacerbação de angiotensina II, ocorre vasoconstrição, danos aos órgãos, aumento de marcadores inflamatórios e outras alterações. Portanto, o presente estudo sugere uma associação entre o curso severo da doença SARS-CoV-2 e a ocorrência de AVE.
ASSOCIAÇÃO ENTRE O ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) E O COVID-19 - UMA REVISÃO LITERÁRIA
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DOI: 10.22533/at.ed.6552108092
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Palavras-chave: Acidente vascular encefálico, AVE, COVID-19, revisão literária, SARS-CoV-2
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Keywords: cerebrovascular accident, CVA, stroke, COVID-19, SARS-CoV-2.
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Abstract:
In December 2019, several cases of pneumonia caused by a vírus denominated β-coronavirus occured in Wuhan, China. Thereby, similar new cases began to appear in other countries. In January 2020, World Health Organization (WHO) named this infection as Coranavirus desiase 2019 (COVID-19). Several studies present discussion about SARS-CoV-2 as a precipitant of complications. Among them, it is important to understand the cerebrovascular accident (CVA) that is usually associated with advanced stages of the disease, as in the Severe Respiratory Distress Syndrome. At this stage, there is an increase in inflammatory markers, in the potential for blood hypercoagulability, and in endothelial injury, which precipitates greater platelet activation, increasing the risk of thromboembolic events. By this means, pulmonary thromboembolism and deep vein thrombosis have been reported in SARS-CoV-2 cases in multiple cohorts. However, the pathophysiological association with CVA is poorly explained. In this regard, multiple reports have statistically evidenced a relationship between COVID-19 and neurovascular complications. Furthermore, septic patients have a higher potential to develop coagulopathy. This is because the virus binds to the angiotensin II-converting enzyme on brain endothelial and smooth muscle cells, which impairs the homeostasis of the renin angiotensin system (RAS). Since there is an angiotensin II exacerbation, vasoconstriction, organ damage, increased inflammatory markers, other changes may occur. Therefore, the present study suggests an association between the severe course of SARS-CoV-2 disease and the occurrence of CVA, highlighting the importance of constant clinical neurological monitoring in patients in this pathological context.
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Número de páginas: 14
- Beatriz Curado Damasceno
- Daniela Alves Messac
- Felipe Andrei Engelmann
- Gabriel dos Santos Braga
- João Víctor Matias Sena
- Liélio Vieira Lessa Junior
- Teodoro Dias de Oliveira Ferreira
- Elaine Rodrigues Rosa
- Iara Ramos Tosta