O objetivo desse artigo é discutir a relação das tecnologias com o processo de globalização e sua influência na formação de identidades territoriais locais, bem como o processo de formação dos movimentos socioterritoriais camponeses. Como metodologia foi feita uma reflexão teórica, sobretudo, a partir de dois autores Nobert Elias e Milton Santos. Dialogando com Nobert Elias, nossa preocupação é pautada na homogeneização promovida pela globalização da contemporaneidade, que pode dissociar, desintegrar e desconfigurar as identidades nacionais, regionais ou locais, quando territorializadas verticalmente. Por meio de seus conceitos de identidade e poder discorreremos sobre as interações existentes entre a tecnização e seus avanços e retrocessos nos processos de civilização da humanidade. Com relação ao geógrafo Milton Santos, refletimos sobre a ciência, a técnica e a informação, sua relação espaço-tempo e local-global na interação com as territorialidades locais que é onde se finda as tecnologias de forma dialética e progressiva. É na relação espaço-tempo que as coordenadas básicas do sistema de representação das identidades territoriais dos camponeses se findam. Neste sentido, a partir do conceito de movimentos socioterritoriais, construído por Bernardo Mançano Fernandes, e de identidade territorial construído por Rogério Haesbaert, discutiremos a importância do território na formação da identidade camponesa e sua relação com a Educação do Campo.