Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros

AS ORIGENS DO POSITIVISMO: UM OLHAR HISTÓRICO E IDEOLÓGICO

Este capítulo analisa os aspectos ideológicos do positivismo, desde suas origens no século XIX até sua persistência nas estruturas de racionalidade da modernidade. A partir da obra de Auguste Comte (1798–1857), o positivismo é interpretado não apenas como filosofia da ciência, mas como projeto de estabilização social fundado na fé no progresso e na ordem. Mostra-se como o pensamento comtiano, ao converter a ciência em dogma e a objetividade em norma, ofereceu à burguesia industrial uma ideologia de legitimação e de pacificação social. Com base em Amadeu Carvalho Homem, Jean Lacroix, Angèle Kremer-Marietti, Mary Pickering e Michael Singer, o texto evidencia que o positivismo construiu uma epistemologia da certeza e uma moral do produtivismo. Na sequência, examina-se sua transfiguração em racionalidade burocrática e tecnocrática, conforme Weber e Tragtenberg, e sua crítica pela Escola de Frankfurt especialmente Adorno, Horkheimer, Habermas e Marcuse que denunciam a passagem da razão emancipadora à razão instrumental. O estudo conclui que o positivismo, embora em declínio filosófico, permanece como mentalidade dominante, sustentando a ideologia da neutralidade científica e da eficiência técnica. Propõe-se, por fim, a teoria crítica e o pensamento sistêmico como caminhos de superação da fragmentação positivista e de reconstrução da razão emancipatória.
Ler mais

AS ORIGENS DO POSITIVISMO: UM OLHAR HISTÓRICO E IDEOLÓGICO

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.253152513107

  • Palavras-chave: Positivismo; Auguste Comte; Racionalidade instrumental; Ideologia; Teoria Crítica; Tecnocracia.

  • Keywords: Positivism; Auguste Comte; Instrumental reason; Ideology; Critical Theory; Technocracy.

  • Abstract: This chapter examines the ideological aspects of positivism, tracing its development from the nineteenth century to its persistence in modern rationality. Based on the work of Auguste Comte (1798–1857), positivism is interpreted not merely as a philosophy of science but as a project of social stabilization grounded in faith in progress and order. Comte’s thought, by turning science into dogma and objectivity into moral law, provided the industrial bourgeoisie with an ideology of legitimation and social pacification. Drawing on Amadeu Carvalho Homem, Jean Lacroix, Angèle Kremer-Marietti, Mary Pickering, and Michael Singer, the chapter highlights positivism’s epistemology of certainty and its moralization of productivity. It then explores its transformation into bureaucratic and technocratic rationality as analyzed by Max Weber and Maurício Tragtenberg and its critique by the Frankfurt School, especially Adorno, Horkheimer, Habermas, and Marcuse, who expose the transition from emancipatory to instrumental reason. The chapter concludes that positivism, though philosophically waning, endures as a dominant mentality sustaining the ideology of scientific neutrality and technical efficiency. Finally, it suggests that Critical Theory and systems thinking offer pathways to overcome positivist fragmentation and reconstruct a truly emancipatory rationality.

  • Ycarim Melgaço Barbosa
Fale conosco Whatsapp