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ARTE, POLÍTCA E IDENTIDADE NO PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO E AUTOAFIRMAÇÃO EM PAÍSES AFRICANOS

Este texto compartilha estudos realizados a partir de um curso de Modern and Contemporary African Art ofertado pelo Imperial College of London no segundo semestre de 2023 e aborda ações que fizeram parte de um processo histórico em que, por meio da produção cultural, buscou-se impactar positivamente as imagens e representações da África e dos africanos em reação ao racismo e às opressões sofridas pelo povo negro durante e depois da colonização européia. Assim, nas primeiras décadas do século XX, durante o longo processo de descolonização de países africanos, emerge a figura marcante de Leopold Sedar Senghor como um dos intelectuais que, em 1930, lançaram o movimento Négritude para combater o imperialismo francês, afirmar orgulho na identidade e na herança cultural africana e como um modo de descolonizar a mente, logo, todas as práticas da vida cotidiana impactadas por uma cultura que se pretendeu hegemônica. Se uma historiografia centrada em homens tendeu a creditar, além de Senghor, Léon Gontran Damas e Aimé Césaire como fundadores do movimento, uma historiografia mais atualizada reconhece a importância e a influência exercida por mulheres artistas e inteletuais, bem como pelo movimento Harlem Renaissance (EUA, 1920s). Um crescente movimento de resistência e luta vem, desde então, se fortalecendo, com a contribuição do pensamento crítico de extensa gama de intelectuais afrodiaspóricos e, mais recentemente, com a criação dos Black History Months (USA, 1970s; UK, 1980s). A concepção de afirmação identitária africana (e afro-descendente) por meio das artes se expande pela Europa e países africanos, como um dos modos de luta por auto-afirmação, recebendo divulgação mundial eventos como 1-54 (One continent – 54 countries).Trata-se de um processo complexo e de longa duração, envolvendo subjetividades e especificidades locais, que requer, para melhor apreensão, estudos aprofundados, pois as motivações que o suscitaram – o racismo contra negros e negras – perduram, com violência, até os dias atuais.
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ARTE, POLÍTCA E IDENTIDADE NO PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO E AUTOAFIRMAÇÃO EM PAÍSES AFRICANOS

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.6592402048

  • Palavras-chave: racismo; identidade; descolonização, história e artes visuais.

  • Keywords: racism, identity, decolonization, history, visual arts.

  • Abstract: This text shares studies carried out in a Modern and Contemporary African Art course offered by the Imperial College of London in the second semester of 2023 and addresses actions that were part of a historical process in which, through cultural production, the Idea was to positively impact the images and representations of Africa and Africans as a reaction to racism and oppression suffered by Black people during and after the European colonization. Thus, in the first decades of the 20th century, during the long process of decolonization of African countries, the striking figure of Leopold Sedar Senghor emerges as one of the intelectuals who, in 1930, launched the Négritude movement to combat French imperialism, assert pride in the African identity and cultural heritage and as a way of decolonizing the mind, therefore, all the practices of every day life impacted by a culture that claimed to be hegemonic. If a historiography centered on men tended to credit, in addition to Senghor, Léon Gontras Damas and Aimé Césaire as founders of the movement, a more updated historiography recognizes the importance and influence exerted by women artists and intelectuals, as well by the Harlem Renaissance movement (USA, 1920s). A growing movement of resistance and struggle has since strenghtened, with the contribution of critical thinking of a wide range of afro-diasporic intellectuals and, more recently, the creation of Black History Months (USA, 1970s; UK, 1980s). The concept of affirming African (and afro-descendant) identity through the arts expands accross Europe and the African continent, as one of the ways of fighting for self-affirmation, receiving worldwide publicity in events such as 1-54 (One continent – 54 countries). It is a long and complex process, involving subjectivities and local specificities, which requires, for a better understanding, in-depth studies, as the motivations that give rise to it – racism agains Black men and women – persist, with violence, until the current days.

  • Ana Maria Rufino Gillies
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