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ARANDO O TORTO DESTINO DOS DESCENDENTES DE ESCRAVIZADOS NO BRASIL

“Torto arado”, romance quase documental de Itamar Vieira Jr., nos apresenta uma narrativa que dá voz aos filhos da escravidão de uma forma a revelar referências culturais e históricas de cidadãos que foram explorados, excluídos e abandonados pelo Estado ao longo dos séculos. Partindo desse pressuposto inicial, apresentamos breve reflexão sobre como o processo de escravidão marcou cultural, econômica e socialmente este país, ou seja, as mazelas da escravidão podem ser sentidas e vistas em toda parte neste país gigantesco. A literatura aqui nos mostra como os ex-escravizados vivem a sua cultura, lidam arduamente com a terra para dela extraírem frutos para sua sobrevivência, e cultuam seus “encantados” no jarê.  Sob à luz das teorias de Santos (2018) e Gomes (2019), pode-se dizer que a escravidão criou uma sociedade marcada por divisões socioculturais abissais, ou seja, há cidadãos que foram invisibilizados por serem descendentes de escravizados. A obra é reveladora e autenticamente encantadora, pois dá visibilidade e voz a um núcleo familiar marcado pela dor de existir de forma sempre silenciada.

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ARANDO O TORTO DESTINO DOS DESCENDENTES DE ESCRAVIZADOS NO BRASIL

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.1462202095

  • Palavras-chave: Torto arado. Ex-escravizados. Escravidão. Encantado. Jarê.

  • Keywords: Crooked plow. Ex-enslaved. Slavery. Enchanted beings. Jarê.

  • Abstract:

    “Torto arado” (Crooked plow), an almost documentary novel by Itamar Vieira Jr., presents us a narrative that gives voice to the descendants of slavery in a way that reveals cultural and historical references of citizens who were exploited, excluded and abandoned by the State over the centuries. Based on this initial assumption, we present a brief reflection on how the slavery process marked this country culturally, economically and socially, that is, the ills of slavery can be felt and seen everywhere in this gigantic country. The literature here shows us how the ex-enslaved live their culture, work hard with the land to extract fruits for their survival, and worship their “enchanted ones” in the jarê. In the light of Santos’ (2018) and Gomes’ (2019) ideas, it can be said that slavery created a society marked by abyssal sociocultural divisions, that is, there are citizens who were made invisible because they were descendants of enslaved people. The work is revealing and authentically charming, as it gives visibility and voice to a family nucleus marked by the pain of always existing in silence.

  • Número de páginas: 14

  • Maurício José de Faria
  • Regina Aparecida de Morais
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