A obra fílmica Aquarius (2016),

do diretor Kleber Mendonça Filho, é um dos

objetos da pesquisa “O Som ao Redor de

Aquarius: reflexões anticoloniais de um Brasil

Contemporâneo”. Neste produto imagético

cultural, podemos visualizar alguns gestos que

buscam repensar a permanência de práticas

neocoloniais em nosso país, ao abordar

temáticas que marcaram a história nacional,

como a ditadura militar brasileira, o Impeachment

de Dilma Rousseff e o domínio das elites no

Brasil. Esses elementos estão rodeando a obra

dentro e fora da narrativa, uma vez que as

temáticas do filme rementem a esses fatos da

conjuntara brasileira seja pela própria narrativa

ou manifestações extra fílmicas emitidas pelo

Estado brasileiro e pelos próprios realizadores

da película, dentre eles o diretor Kleber

Mendonça Filho. Para tanto, cotejaremos essas

impressões elencadas com a fortuna crítica que

a filmografia do cineasta pernambucano vem

ganhando no campo especializado, procurando

traçar, ao mesmo tempo, o perfil político que

a obra do diretor assume no cenário brasileiro

de cinema. A fim de refletir sobre esse produto

imagético cultural será utilizada a fortuna crítica

do teórico argentino Walter Mignolo (2008) que

define o descolonial. Também, com o intuito

de dialogar com as reflexões propostas serão

utilizados os teóricos: Achille Mbembe (2017),

Franz Fanon (1968), Georges Didi- Huberman

(2017), Hugo Achugar (2006), Jessé Souza,

(2015) Sergio Buarque de Holanda (2014) e

Vladimir Safatle (2015).