Apontamentos sobre o imaginário da cibercultura
A partir de cotejamentos,
trabalhamos neste texto alguns elementos
que fazem parte do que se entende por o
“imaginário da cibercultura”. O imaginário
enquanto conceito surge no final do século XX
a partir da crise dos paradigmas normativos de
realidade ancorados na razão, se estabelece
como abordagem metodológica onde convivem
certezas e incertezas numa complexidade
relativista que marca esse campo de estudos.
Nosso estratagema parte da discussão do
conceito de imaginário a partir da visão de
Berger (2004), que confia na existência de
duas etapas de socialização na construção do
imaginário: a socialização primária que ocorre
na infância e a socialização secundária que
ocorre na introdução do indivíduo em novos
grupos. Abordamos o “mito” enquanto um
organizador do imaginário, que na visão de
Scheiner (2008) é constituído pela eliminação da
qualidade histórica das coisas, resultando em um
elemento despolitizado acima do bem e do
mal. Recuperamos o conceito de cibercultura
de maneira descritiva, reconhecendo, nesse
contexto, a presença constante do estudo
do “imaginário da cibercultura”. Ao final,
realizamos análise da relação do sujeito atual
com a noção de “mito” e da popularização do
termo “mito” a partir de dados oriundos na rede
social Instagram, onde identificamos algumas
referências no atual cenário de publicações
pelos perfis desta rede em relação ao termo,
que dão conta de uma nova utilização do “mito”
enquanto denominação de uma icônica e
idolatrada distinção social, como nos casos das
hashtags relacionadas a “Bolsonaro” e “Rogério
Ceni”, apresentados neste trabalho
Apontamentos sobre o imaginário da cibercultura
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DOI: 10.22533/at.ed.6971911111
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Palavras-chave: imaginário. mito. cibercultura.
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Keywords: imaginary. myth. cyberculture.
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Abstract:
From notes, we work in this text
some elements that are part of what is understood
by the “imaginary of cyberculture “. Imaginary
as a concept emerges in the end of twentieth
century from the crisis of normative paradigms
of reality anchored in reason, established as a
methodological approach where certainty and
uncertainty coexist in a relativistic complexity
that marks this field of study. Our stratagem
starts from the discussion of the concept of
the imaginary from the view of Berger (2004),
who points to the existence of two stages of socialization in the construction of the imaginary: the primary socialization that occurs in
childhood and the secondary socialization that occurs in the introduction of the person
in new groups. We approach the “myth” as an organizer of the imaginary, which in
Scheiner’s view (2008) is constituted by the elimination of the historical quality of things,
resulting in a depoliticized element above good and bad. We recovered the concept
of cyberculture in a descriptive way, recognizing in this context the constant presence
of the study of the “imaginary of cyberculture”. Finally, we analyze the relationship
between the current subject and the notion of “myth” and the popularization of the term
“myth” from data from the Instagram social network, where we identify some references
in the current scenario of publications by the profiles of this network in relation to the
term, which appoint for a new use of the “myth” as a denomination of an iconic and
idolized social distinction, as in the cases of the hashtags related to “Bolsonaro” and
“Rogério Ceni”, presented in this paper.
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Número de páginas: 15
- Pablo Fabião Lisboa