APLICANDO A VIRADA ONTOLÓGICA NA GOVERNANÇA CLIMÁTICA: O CASO DA AMAZÔNIA
As mudanças climáticas ameaçam o futuro da floresta amazônica e seus habitantes. As estratégias de governança climática de cima para baixo, não apenas falharam em enfrentar esse desafio, mas também destacaram o desacordo sobre suas causas e consequências, com base em binários ontológicos entre natureza e cultura. Perspetivas enraizadas em fundamentos ontológicos e epistemológicos divergentes moldam a nossa compreensão e respostas às mudanças climáticas. Os proponentes da Virada Ontológica, propõem abertura às diferenças ontológicas e o aprofundamento e a intensificação de três modos permanentes de pensamento antropológico: a reflexividade, a conceitualização e a experimentação. Este trabalho examina o que a governança climática Amazônica pode aprender da Virada Ontológica e para isso usa dois estudos de caso da governança climática subnacional: o Estado do Acre-Brasil e a região de Ucayali-Peru. A metodologia e pesquisa usada foi qualitativa e incluiu entrevistas semiestruturadas com o atores-chaves da governança climática e grupos focais em ambos os estudos de caso. Os resultados mostram que em ambos os estudos de caso grupos de trabalho indígena foram implementados que tem resultado no fortalecimento do diálogo intercultural entre os governos subnacionais e povos indígenas. No entanto, neste diálogo, os conceitos de 'mudança climática' e 'floresta' ainda são dominados pelo pensamento baseado na ontologia ocidental e a Amazônia é retratada como um mero estoque de carbono. A Virada Ontológica nos desafia a repensar esses conceitos, resultando em uma governança climática mais justa.
APLICANDO A VIRADA ONTOLÓGICA NA GOVERNANÇA CLIMÁTICA: O CASO DA AMAZÔNIA
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DOI: 10.22533/at.ed.0932113014
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Palavras-chave: Virada Ontológica; Mudanças Climáticas; Governança Climática; Amazônia; Perspetivismo Ameríndio.
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Keywords: Ontological Turn; Climate Change; Climate Governance; Amazon; Amerindian Perspectivism.
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Abstract:
Climate change threatens the future of the Amazon rainforest and its inhabitants.Top-down climate governance strategies have not only failed to meet this challenge, but have also highlighted disagreement about its causes and consequences, based on ontological binaries between nature and culture. Perspectives rooted in divergent ontological and epistemological foundations shape our understanding of and responses to climate change. Proponents of the Ontological Turn propose openness to ontological differences and the deepening and intensification of three permanent modes of anthropological thought: reflexivity, conceptualization and experimentation.This paper examines what Amazonian climate governance can learn from the Ontological Turn and uses two case studies of subnational climate governance: the State of Acre-Brazil and the Ucayali-Peru region. A qualitative research methodology was used, including semi-structured interviews and focus groups with key stakeholders in climate governance in both case studies.The results show that in both case studies indigenous working groups were implemented, which has resulted in a strengthened intercultural dialogue between subnational governments and indigenous peoples. However, in this dialogue the concepts of ‘climate change’ and ‘forest’ are still dominated by thinking based on western ontology and the Amazon is portrayed as a mere carbon stock. The Ontological Turn challenges us to rethink these concepts, promoting a more just climate governance. -
Número de páginas: 15
- Fronika Claziena Agatha de Wit
