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capa do ebook “ANTES DE DANÇAR O COCO ERA COMO ESTAR NO MUNDO, MAS NÃO EXISTIR”: EXPERIÊNCIAS DANÇANTES EM CONTEXTOS DE MUDANÇAS NO CARIRI CEARENSE

“ANTES DE DANÇAR O COCO ERA COMO ESTAR NO MUNDO, MAS NÃO EXISTIR”: EXPERIÊNCIAS DANÇANTES EM CONTEXTOS DE MUDANÇAS NO CARIRI CEARENSE

Objetivamos investigar a experiência dançante de mulheres brincantes de Coco no Cariri cearense, em um contexto marcado por políticas públicas culturais, compreendendo a relação existente entre o Estado, organizações não governamentais e os saberes/fazeres populares. A dança do Coco é uma prática de origem afro-indígena encontrada no nordeste brasileiro, no Ceará destaca-se como dança de homens pescadores. Todavia, o espaço escolhido para estudo localiza-se no sertão, no qual esta dança é produzida, sobretudo, por mulheres agricultoras que assumem os papéis de dançadeiras e de mestras. Estas mulheres possuíram experiências com o brincar em suas infâncias, marcadas pela integração da dança com o trabalho cotidiano no campo e no pisar do chão das casas, porém estas experiências foram interrompidas por diversos motivos, como casamento ou mudanças, mas foram retomadas a partir de 1979, com o incentivo de políticas públicas culturais. Neste contexto foram formados grupos para dançar Coco, o que envolve uma espetacularização da dança, constituindo uma nova estética da brincadeira, marcada, por exemplo, pela inserção de um figurino próprio, fazendo-a migrar das comunidades rurais para os centros das cidades onde passaram a ser exibidas em palcos e praças. Apesar de este contexto deslocar territorialmente a dança e, também, promover novos significados e ritualizações em seu fazer, por meio de um jogo de poderes ocorre um processo de reinvenção dessas mulheres que passam a experimentar seus corpos e suas existências de uma outra forma, ressignificando o viver por intermédio do dançar. Assim, podemos produzir uma análise que compreenda as políticas culturais como mediadoras que, junto às experiências dos sujeitos, as suas subjetividades, promovem novas construções identitária por meio de uma experimentação de fazeres poéticos.

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“ANTES DE DANÇAR O COCO ERA COMO ESTAR NO MUNDO, MAS NÃO EXISTIR”: EXPERIÊNCIAS DANÇANTES EM CONTEXTOS DE MUDANÇAS NO CARIRI CEARENSE

  • DOI: 10.22533/at.ed.4542012031

  • Palavras-chave: Dança do Coco. Experiências Dançantes. Cariri.

  • Keywords: Coconut Dance. Dancing Experiences. Cariri.

  • Abstract:

    We aim to investigate the dancing experience of Coco women in Cariri Ceará, in a context marked by public cultural policies, including the relationship between the State, non - governmental organizations and popular knowledge / practices. The Coco dance is a practice of Afro-indigenous origin found in the Brazilian northeast, Ceará stands out as a dance of men fishing. However, the space chosen for study is located in the hinterland, in which this dance is produced, above all, by women farmers who assume the roles of dancers and teachers. These women had experiences with playing in their childhoods, marked by the integration of dance with daily work in the countryside and stepping on the floor of the houses, but these experiences were interrupted for various reasons, such as marriage or changes, but were resumed from 1979, with the encouragement of public cultural policies. In this context, groups were formed to dance to Coco, which involves a spectacularization of dance, constituting a new aesthetic of the game, marked, for example, by the insertion of an own costume, making it migrate from rural communities to the centers of the cities where they passed to be displayed on stages and squares. Although this context territorially displaces dance and also to promote new meanings and ritualizations in its doing, through a game of power occurs a process of reinvention of these women who begin to experience their bodies and their existence in another way, resignificando to live by means of dancing. Thus, we can produce an analysis that understands cultural policies as mediators that, together with the subjects' experiences, their subjectivities, promote new identity constructions through an experimentation of poetic practices.

  • Número de páginas: 11

  • Camila Mota Farias
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