ALTERIDADE, IDENTIDADE E PROTAGONISMO INDÍGENA NO BRASIL E A DISPUTA PELAS TERRAS TRADICIONAIS
O que se pretende nessas linhas é analisar, mesmo que de forma geral, as principais premissas da política indigenista com relação aos indígenas brasileiros, enfatizando a questão da disputa pela terra e problematizando as abordagens dadas ao papel desempenhado pelos indígenas na historiografia. Pesquisadores como Manuela Carneiro da Cunha e suas obras História dos Índios do Brasil; O Direito dos Índios: ensaios e documentos e Cultura com Aspas, são importantes para pensar na política indigenista bem como o papel político desempenhado pelos próprios índios desde o período colonial até a Constituição de 1988. Maria Regina Celestino de Almeida, com Os índios na História do Brasil e Metamorfoses Indígenas nos ajudam a repensar as abordagens metodológicas ampliando os significados do Aldeamento numa perspectiva indígena. No âmbito das discussões culturais nos embasamos nos estudos de Marshall Sahlins, tais como História e Cultura, bem como em estudos identitários, destacando pesquisas de Stuart Hall, como A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Para compreender a questão das disputas por terras apóia-se em estudos no campo da História do Direito Agrário destacando o trabalho de João Mendes Jr, Os indígenas no Brasil, seus direitos individuais e políticos. A política indigenista não se impôs sem que uma política indígena também se apresentasse, ou seja, muito embora os indígenas tenham sido colocados como passivos à colonização estudos revelam novas abordagens teóricas que reconhecem a importância do protagonismo indígena nas relações coloniais. Mesmo sob condições desfavoráveis e com transformações culturais irreversíveis não foram passivos diante dos acontecimentos, transformaram esses espaços ressignificando-os, mantendo seu direito à alteridade, protagonizando a luta pela garantia de suas terras e de suas identidades
ALTERIDADE, IDENTIDADE E PROTAGONISMO INDÍGENA NO BRASIL E A DISPUTA PELAS TERRAS TRADICIONAIS
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DOI: 10.22533/at.ed.1252020083
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Palavras-chave: Terra; Política Indigenista; Protagonismo Indígena.
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Keywords: Land; Indigenist Politics; Indigenous Protagonism
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Abstract:
What is intended in these lines is to analyze, even if in general, the main premises of indigenist politics in relation to Brazilian indigenous peoples, emphasizing the issue of dispute over land and problematizing the approaches given to the role played by indigenous peoples by historiography. Researchers such as Manuela Carneiro da Cunha and her works História dos Índios do Brasil; O Direito dos Índios: ensaios e documentos and Cultura com Aspas, are important to think about indigenista politics as well as the political role played by the Indians themselves from the colonial period until the Constitution of 1988. Maria Regina Celestino de Almeida, with Os Índios naHistória do Brasil e MetamorfosesIndígenas help us to rethink methodological approaches by expanding the meanings of the Settlement in an indigenous perspective. In the context of cultural discussions we are based on the studies of Marshall Sahlins, such as História e Cultura, as well as on identity studies, highlighting the research by Stuart Hall, such as Identidade Cultural na Pós-Modernidade. To understand the issue of land disputes, it is based on studies in the field of the History of Agrarian Law highlighting the work of João Mendes Jr, OsIndígenas no Brasil, their individual and political rights. The indigenist policy was not imposed without an indigenous policy also presenting itself, that is, although the indigenous peoples have been placed as passive to colonization, studies reveal new theoretical approaches that recognize the importance of indigenous protagonism in colonial relations. Even under unfavorable conditions and with irreversible cultural transformations were not passive in the face of events, they transformed these spaces by resignifying them, maintaining their right to otherness, leading the struggle for the guarantee of their lands and their identities.
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Número de páginas: 16
- Valéria Nogueira Rodrigues