A técnica de ozonioterapia vem sendo utilizada no Brasil desde a década de 70, dentre suas indicações terapêuticas encontram-se: doenças isquêmicas, osteoartrose, abcessos com fístula, úlceras crônicas, doenças infecciosas agudas e crônicas, lesões de coluna, alergias, etc. Para cada afecção um modo específico de aplicação ou a conjugação de diversas modalidades de aplicação, como por exemplo a insuflação retal, intramuscular, cutânea e auto-hemoterapia é indicada, usufruindo-se assim da capacidade do gás de estimular o sistema imunológico, estimular o sistema antioxidante ou mesmo valendo-se da capacidade bactericida, fungicida e viricida do mesmo.

O presente trabalho tem a intenção de investigar a presença de alterações hematimétricas e bioquímicas no sangue das aves após a insuflação cloacal da mistura de ozônio e oxigênio, com a intenção de avaliar possíveis alterações e sua semelhança aos relatos da aplicação em mamíferos, uma vez que na literatura os relatos da aplicação sistêmica da ozonioterapia em aves é raro. Para tanto foram utilizadas seis codornas domésticas (Coturnix coturnix), divididas em grupo controle, grupo verde e grupo branco que receberam por insuflação cloacal respectivamente oxigênio medicinal, mistura oxigênio\ozônio a 10mcg\ml e mistura oxigênio\ozônio a 30mcg\ml. Os parâmetros hematológicos foram analisados em três momentos sendo previamente a primeira aplicação dos gases (T0), 48h após a quinta aplicação dos gases (T1) e 48 após a décima aplicação dos gases (T2). Nos grupos que receberam ozônio, foi possível observar alterações em parâmetros séricos, mostrando que a insuflação cloacal é uma via possível de se trabalhar nesta espécie, contudo, são necessários mais estudos visando determinar a relação dose efeito nas aves e suas possíveis aplicações clínicas.