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Alfabetização como estética da resistência: A revolução silenciosa das margens para o centro

Este artigo investiga como a alfabetização pode também ser vista e compreendida esteticamente. Adotando uma abordagem qualitativa, centrada em um estudo de caso narrativo de um senhor de 65 anos participante de um programa de alfabetização, utilizou-se de entrevistas que foram feitas no contexto de um curso de alfabetização de adultos. O artigo discute, primeiramente, a evolução histórica da estética filosófica, destacando sua limitação em considerar algumas ações como estéticas. Nesse sentido, a pesquisa se apropria das ideias de artistas contemporâneos, como Marcel Duchamp, com seus ready-mades, para mostrar como a noção de estética pode ser ampliada, inaugurando, assim, uma verdadeira revolução não somente no julgamento estético, como também na percepção subjetiva do artista, que é quem decide, por fim, o que seja arte. Duchamp, portanto, ao desafiar os conceitos tradicionais de arte, propõe que a escolha e o contexto são suficientes para transformar objetos comuns em expressões artísticas. Nesse contexto, a capacidade de ler e escrever representa um ato artístico, pois redefine a identidade, semelhante à transformação de objetos comuns em arte. Além disso, o artigo enfatiza a importância de incluir vozes marginalizadas na pesquisa acadêmica e promover uma visão interdisciplinar que valorize a subjetividade e a experiência vivida. Ressalta-se como a alfabetização pode elevar o comum a um status de dignidade e reconhecimento, transformando vidas através da educação como verdadeira expressão artística.
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Alfabetização como estética da resistência: A revolução silenciosa das margens para o centro

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.5962404098

  • Palavras-chave: Estética; Alfabetização de Adultos; História de Vida; Conscientização

  • Keywords: Aesthetics; Adult Literacy; Life History; Awareness

  • Abstract: This article investigates how literacy can also be seen and understood aesthetically. Adopting a qualitative approach, centered on a narrative case study of a 65-year-old man participating in a literacy program, interviews were conducted in the context of an adult literacy course. The article first discusses the historical evolution of philosophical aesthetics, highlighting its limitation in considering some actions as aesthetic. In this sense, the research appropriates the ideas of contemporary artists, such as Marcel Duchamp, with his ready-mades, to show how the notion of aesthetics can be expanded, thus inaugurating a true revolution not only in aesthetic judgment, but also in the subjective perception of the artist, who is the one who ultimately decides what art is. Duchamp, therefore, by challenging traditional concepts of art, proposes that choice and context are enough to transform common objects into artistic expressions. In this context, the ability to read and write represents an artistic act, as it redefines identity, similar to the transformation of common objects into art. Furthermore, the article emphasizes the importance of including marginalized voices in academic research and promoting an interdisciplinary vision that values ​​subjectivity and lived experience. It highlights how literacy can elevate the common to a status of dignity and recognition, transforming lives through education as a true artistic expression.

  • Alfredo César da Veiga
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