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ALEGORIAS, RELIGIÃO E MITO EM AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE, DE JOSÉ SARAMAGO

Este trabalho  objetiva  apresentar  mais  uma  reflexão  sobre  a  obra  de José Saramago As Intermitências da morte, especificamente, como a alegoria da não existência da morte  auxilia  para  se  perceber  a  influência  da  religião  católica  no  que diz respeito às construções ideológicas que envolvem a morte humana. Analisar-se-á,  portanto,  a  construção  alegórica  da  morte  como  um  meio  para  se  refletir  sobre o discurso religioso e sua fundamentação na ideia  de  ressurreição  e  no  mito  do paraíso. Apresentam-se, portanto, as possíveis consequências  para  essa  instituição,  a igreja, diante do fim da morte ou, de maneira mais específica, como os pilares que a sustentam são postos em xeque, isto  é, como  a  fé  do  cristão  é  abalada  uma  vez  que está amparada na crença de uma vida após a morte  e  no desejo  de habitar  o paraíso. Assim, evidencia-se como a morte supostamente organiza  a  vida  a  partir  da  forma mística de lidarmos com o desconhecido, ou seja, o mito. Para tanto, buscar-se-á a fundamentação teórica em  Roland  Barthes  (1997)  no  que  diz  respeito  ao  conceito de mito, e em Walter Benjamin (2004), no que se refere à concepção  de  expressão alegórica.  Pode-se  dizer  que  a  alegoria  saramaguiana  da  finitude  da  morte  permite ver, de forma patente, a morte como sustentáculo  da  religião  católica  e, por  que  não dizer, como a própria condição de existência desta.

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ALEGORIAS, RELIGIÃO E MITO EM AS INTERMITÊNCIAS DA MORTE, DE JOSÉ SARAMAGO

  • DOI: 10.22533/at.ed.2032315082

  • Palavras-chave: José Saramago, Alegoria. Morte, Religião, Mito

  • Keywords: José Saramago, Allegorie, Death, Religion, Myth

  • Abstract:

    This work aims to present another reflection on the  work  of  José Saramago Death with  interruptions  specifically,  as  the  allegory  of  the  non-existence of death helps to understand the influence of the Catholic religion about the related ideological constructions involving human death. The  allegorical  construction  of death as  a  means  of  reflecting  on  religious  discourse  and  its  foundation  on  the  idea of resurrection and the myth of paradise will be analyzed. Therefore, the possible consequences  for  this  institution,  the  church,  are  presented,  before  the  end  of  death or, in  a more  specific way, how the  pillars  that  sustain  it  are put  into  check, that  is, how the Christian’s faith is shaken since it  is  supported  by  the  belief  of  a  life  after death and in the desire  to  inhabit  paradise. Thus,  it  is  evidenced  how  death  suppo- sedly organizes life from the mystical  way  of  dealing  with the  unknown, that  is, the myth. To this end, the  theoretical  foundation will be  sought in Roland Barthes (1997) about the concept of myth, and Walter Benjamin (2004), regarding the conception of allegorical expression. It  can be  said that the José  Saramago’s  allegory  of  the finiteness of death allows to see,  in  a  patent  way,  death  as  a  support  of  the  Catholic  religion and, why not say, as the very condition of existence of it.

  • WODISNEY CORDEIRO DOS SANTOS
  • ANTONIA CLAUDIA DE ANDRADE CORDEIRO
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