AFETOS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIAS DE MULHERES NA ECONOMIA SOLIDÁRIA E NO MST
Neste artigo buscamos compreender a dimensão afetiva que permeia o envolvimento e engajamento de mulheres no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e na Economia Solidária (ES), por meio das trajetórias e relações estabelecidas pela ação coletiva. Esse trabalho foi possível no contexto do Projeto de Extensão “Organizadas e Mobilizadas: trabalho, gênero e política com as mulheres dos empreendimentos econômicos solidários”, fomentado pelo Programa Universidade Sem Fronteiras (USF/SETI-PR). De modo a atendermos ao objetivo do estudo, nos detemos na análise de um dos Empreendimento de Economia Solidário (EES), assessorados pelo projeto de extensão no período de sua vigência (2018-2019). O material analisado no presente artigo é parte dos conteúdos de entrevistas semiestruturadas realizadas com as associadas, individualmente em domicílio, pela equipe do projeto. O material foi registrado por tomada de notas em diário de campo. Para preservar a identidade das entrevistadas, utilizamos nomes fictícios e nos valemos do método de análise de conteúdo para a organização, sistematização e análise dos materiais. Com base nas narrativas das associadas, entendemos que os aspectos afetivos, os sentimentos e as emoções não são distintos das condições objetivas e concretas da vida. A dimensão afetiva permeia a inserção e a participação das mulheres no MST e na ES, ao mesmo tempo que oportuniza aprendizados e afetos no contexto do coletivo. Contudo, observamos a permanência de desigualdades de gênero nos espaços de participação e de trabalho, o que configura limites a serem superados para a efetiva participação política das mulheres.
AFETOS EM MOVIMENTO: TRAJETÓRIAS DE MULHERES NA ECONOMIA SOLIDÁRIA E NO MST
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DOI: 10.22533/at.ed.6372009097
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Palavras-chave: Mulheres. Afetos. MST. Economia Solidária. Participação política.
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Keywords: Women. Affections. MST. Solidarity Economy. Political participation.
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Abstract:
In this article we aim to comprehend the affective dimension that permeates the participation and the engagement of women in the Landless Workers’ Movement (MST) and in the Solidarity Economy (ES), through the journeys and the relations established by the class action. This work was possible in the context of the Extension Project called “Organized and Engaged: work, gender and politics with the women of solidarity economical enterprises“, fostered by the University Without Frontiers Program (USF/SETI-PR). To accomplish the objective of our study, we focused in the analysis of one Solidarity Economical Enterprise (EES) assisted by the extension project on its validity period (2018-2019). The corpus analyzed to this article is part of semi-structured interviews realized with the members, individually at home, by the project team. Data was registered through note taking in a field diary. To safeguard interviewees identities, fictitious names were used, and the method of content analysis was chosen to organize and systematize the review of data. Based on the members narratives, we understood that affective aspects, feelings, and emotions are not distinct from objective and precise life conditions. The affective dimension permeates the integration and participation of women in MST and in ES, whilst enables apprenticeships and affections in the union context. However, we observed the permanence of gender inequalities in work and collaborative spaces, which sets limits to be overcome in a way to achieve an effective women’s political participation.
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Número de páginas: 16
- Carolina de Andrade Guarnieri
- Luna Carulina Mendes Filgueiras
- Maria Therezinha Loddi Liboni
- Flávia Cunha Pacheco