Adolescentes Acolhidas e seus Afetos: O Que Temos com Isso?
Este estudo teve com objetivo
investigar os afetos vividos por adolescentes
acolhidas com 17 e 18 anos, no município
de Londrina – PR, tendo como principal fonte
suas histórias de vida. Foram 5 participantes,
do sexo feminino, que passaram ou estavam
passando pela experiência do desligamento da
instituição de acolhimento devido a maioridade.
Realizamos entrevistas semiestruturadas,
tendo como guia o relato de cada adolescente
sobre sua história de vida e os afetos sentidos,
com destaque aos observados nos momentos
antes do encaminhamento para instituições
de acolhimento, durante a permanência no
acolhimento institucional, na preparação para
a vida independente e após o acolhimento
institucional. Como base teórica, utilizou-se as
noções de desenvolvimento e afeto elaboradas
por Vigotski (1934/2001, 2000), Heller (1993) e
Maturana (1998/2001) que convergem na ideia
de que o desenvolvimento humano é possibilitado
pelas interações sociais e influenciado pelos
afetos vividos. Com a pesquisa de campo,
apresentamos as conexões possíveis entre as
histórias individuais e os eixos de pesquisa:
afetos e situações, afetos e relações, afetos
e convenções sociais e vivências afetivas e
experiência de vida. Notamos que além das
precárias condições econômicas e sociais em
que vivem, essas jovens são afetadas também
por limitações afetivas e relacionais. As
instituições conseguem suprir as necessidades
materiais e sociais, porém não conseguem
alterar o quadro das limitações afetivas e
relacionais. Acredita-se ser este um entrave
no cuidado de adolescentes acolhidas: a
dificuldade de proporcionar relações que
lhes permitam vivenciar e assim aprender a
compartilhar afetos positivos e mais variados.
Adolescentes Acolhidas e seus Afetos: O Que Temos com Isso?
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DOI: 10.22533/at.ed.17918191213
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Palavras-chave: Adolescência. Acolhimento Institucional. Afeto.
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Keywords: Atena
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Abstract:
Atena
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Número de páginas: 15
- Laura Ferreira Lago
- Eduardo Augusto Tomanik