A literatura é vasta ao apresentar estudos que comprovam os efeitos negativos que a música em forte intensidade acarreta na audição dos músicos e, mais recentemente, pesquisas têm divulgado o mesmo e impressionante panorama de risco aos quais os estudantes de música estão imersos. Tal situação nos leva ao entendimento de que ações educativas devem ser desenvolvidas junto a essa população, objetivando amenizar ou, se possível, eliminar os efeitos dessa exposição sonora. No entanto, abordar a questão de que a intensidade sonora elevada da música é o resultado do próprio trabalho do músico é de certa forma delicada, pois é justamente a intensidade elevada a fonte de sobrecarga auditiva que afeta sua saúde, ou seja, uma vez que o maior nível sonoro para o ouvido é produzido pelo próprio instrumento, o músico tem que se defender do som que ele próprio emite. Neste sentido, as páginas a seguir apresentam um protocolo de ações educativas voltadas para a Saúde Auditiva de estudantes de graduação em Música, norteado pela abordagem teórica da Metodologia Problematizadora e Participativa que, se adaptadas, podem ser implementadas também em cursos de Musicoterapia e em conservatórios de Música. Acreditamos que intervenções realizadas ainda no período acadêmico, poderiam melhor preparar os futuros músicos para enfrentar as situações de risco e, quem sabe, colaborar para que as intensidades sonoras não sejam fortes o suficiente ou, pelo menos, por tempo tão prolongado, a ponto de afetar sua audição.