Introdução: a partir da declaração de pandemia, pela Organização Mundial de Saúde, a vida se reconfigurou de modos diferentes, com isolamento e distanciamento social, quarentena, cuidados de higiene, entre outros. Isso impactou no processo saúde-doença, gerando sofrimento emocional e social, além de dúvidas acerca da doença e dos cuidados que devem ser tomados. Entendendo a literacia digital como uma poderosa fermenta na promoção de saúde, o curso de Medicina da UNIDAVI planejou um projeto de extensão, “Ações de Telemedicina” que utiliza a Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) no acolhimento à comunidade, como alternativa à visita domiciliar convencional, consistindo em oferecer acolhimento e orientação sobre práticas e cuidados saudáveis aos usuários dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS), do município de Rio do Sul/SC, durante a pandemia do Covid-19. Esse projeto acontece com a aplicação de um protocolo de Visita Domiciliar Virtual (VDV), proposto com base nos princípios e diretrizes que fundamentam o SUS (Sistema Único de Saúde). Desse modo, a VDV se caracteriza como atuação de Telemedicina, definida como o exercício por meio de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde (CFM, 2002).

Objetivos: - Colocar em prática a “educação em saúde”, um dos três eixos norteadores da formação previstos nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Medicina.

- Oferecer acolhimento e escuta qualificada e orientar sobre práticas e cuidados saudáveis de usuários dos serviços de APS, do município de Rio do Sul/SC, durante a pandemia, de forma temporária e em caráter excepcional. Relato de experiência ou da ação: a população contemplada é composta por três mil famílias, cadastradas nos serviços da APS. Com a lista de pacientes e seus dados (nome, idade, gênero, telefone e unidade de saúde pertencente), disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio do Sul (SMS-RS), os estudantes, assistidos por seus professores, mantem contato com os pacientes, por meio de chamada de áudio e/ou vídeo, via aplicativo WhatsApp. Foi aplicado um questionário específico, no sentido de orientar e oferecer acolhimento, caracterizando uma ação de educação e promoção em saúde. Reflexão sobre a experiência: a percepção é de que as famílias sentem-se: reconhecidas como sujeitos ativos; mobilizadas para as readaptações da vida cotidiana, a fim de criar ambientes seguros e confortáveis para a convivência familiar; assistidas e cuidadas em sua saúde relacionada ao Covid-19 e à vacinação da gripe; incentivadas ao autocuidado em saúde; apoiadas emocionalmente e motivadas a resgatar o senso de conexão com outras pessoas, ainda que de outras maneiras; acolhidas em seus problemas de saúde, ou seja, que saibam que possíveis necessidades de encaminhamento serão feitas, de modo a garantir a resolutividade da APS. Conclusão: a telemedicina, por meio da VDV, nesta experiência, mostrou-se uma poderosa ferramenta de promoção em saúde, fortalecendo vínculos entre os atores do processo, mostrando que a utilização das TICs pode, ao contrário do que frequentemente se apregoa, fortalecer a humanização da medicina.