O ácido abscísico (ABA) tem sido amplamente utilizado na viticultura como uma estratégia para mitigar a deficiência de coloração das bagas, frequentemente causada por condições climáticas adversas, especialmente em regiões com baixa amplitude térmica e durante períodos chuvosos na fase de maturação. Este regulador de crescimento vegetal desempenha um papel crucial na promoção do acúmulo de antocianinas, pigmentos responsáveis pela coloração de frutas, flores e hortaliças. A síntese de ABA ocorre predominantemente em plastídios a partir de carotenoides, com a zeaxantina sendo um precursor chave. O ABA é transportado via floema e xilema, modulando diversos processos fisiológicos, incluindo a regulação da abertura e fechamento estomático, a resposta ao estresse hídrico e a dormência de sementes. Nas videiras, o ABA induz a expressão de genes relacionados à biossíntese de antocianinas, ativando enzimas como a chalcona sintase (CHS) e a dihidroflavonol 4-redutase (DFR), que são essenciais para a produção desses pigmentos. Além disso, o ABA influencia a sinalização hormonal e a expressão de fatores de transcrição envolvidos na resposta ao estresse, desempenhando um papel fundamental na adaptação das plantas a condições ambientais adversas. Este capítulo aborda detalhadamente a biossíntese e o mecanismo de ação do ácido abscísico, com um foco especial nos efeitos fisiológicos promovidos nas videiras, destacando sua importância para a viticultura moderna.