ABELHAS-SEM-FERRÃO EM SISTEMAS DE MELIPONICULTURA NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL
A meliponicultura é uma atividade que consiste na criação de abelhas nativas sem ferrão (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) em ninhos artificiais para a obtenção de diferentes produtos da colmeia (mel, própolis, pólen fermentado, cera, etc.), sendo uma prática com grande valor ecológico, econômico e social, que remota do período pré-colombiano. O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento de sistemas de meliponicultura existentes no estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil, para conhecer os táxons de abelhas manejadas, as finalidades da criação e as plantas utilizadas como pasto meliponícola. Foram realizadas entrevistas com 29 meliponicultores e um técnico da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural de 17 municípios. As abelhas-sem-ferrão mais frequentes e com maior número de ninhos em sistemas de meliponicultura de Mato Grosso são: jataí (Tetragonisca angustula), mandaguari (Scaptotrigona sp.), marmelada (Frieseomelitta sp.), uruçu-amarela (Melipona seminigra) e iraí (Nannotrigona punctata). Dentre as finalidades da meliponicultura estão a conservação de espécies, o passatempo, o consumo dos produtos da colmeia, a comercialização futura, a polinização e a educação ambiental. 19 criadores realizaram a plantação de espécies vegetais para o forrageamento das abelhas, sendo ora-pro-nóbis (Pereskia sp.), amor-agarradinho (Antigonon leptopus), coroa-de-cristo (Euphorbia milii) e jabuticaba (Plinia peruviana) as mais frequentes. A criação de abelhas-sem-ferrão no estado de Mato Grosso constitui-se como uma prática para a conservação de espécies, tendo em vista as ações de resgates de enxames em situação de risco, e há um desejo dos criadores em comercializar futuramente os produtos da colmeia. A perda de enxames em áreas urbanas revela falhas no manejo e outras dificuldades para manter ninhos nas cidades. Com isso, é preciso promover ações para a capacitação de recursos humanos para o manejo eficiente das colmeias e propiciar ambientes para a troca de experiências entre criadores e a comunidade científica.
ABELHAS-SEM-FERRÃO EM SISTEMAS DE MELIPONICULTURA NO ESTADO DE MATO GROSSO, BRASIL
-
DOI: 10.22533/at.ed.6602220012
-
Palavras-chave: Abelhas nativas brasileiras; Conservação de espécies; Criação racional de abelhas; Meliponíneos; Pasto meliponícola
-
Keywords: Brazilian native bees; Species conservation; Stingless bee keeping; Meliponines; Meliponicultural pasture
-
Abstract:
Meliponiculture is an activity that consists of native stingless bees beekeeping (Hymenoptera, Apidae, Meliponini) in artificial nests to obtain different hive products (honey, propolis, fermented pollen, wax, etc.), being a practice with great ecological, economic and social value, which dates back to the pre-Columbian period. The objective of this study was to carry out a survey of meliponiculture systems existing in the state of Mato Grosso, in the Midwest region of Brazil, to know the taxa of managed bees, the purposes of breeding and the plants used as meliponiculture pasture. Interviews were conducted with 30 meliponiculturists and a technician from the Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural from 17 municipalities. The most frequent stingless bees with the highest number of nests in meliponiculture systems in Mato Grosso are jataí (Tetragonisca angustula), mandaguari (Scaptotrigona sp.), marmelada (Frieseomelitta sp.), uruçu-amarela (Melipona seminigra) and iraí (Nannotrigone punctata). Among the purposes of meliponiculture are species conservation, hobby, the consumption of hive products, future commercialization, pollination and environmental education. 19 breeders planted plant species for the foraging of bees, being ora-pro-nóbis (Pereskia sp.), amor-agarradinho (Antigonon leptopus), coroa-de-cristo (Euphorbia milii) and jabuticaba (Plinia peruviana) as more frequently. The meliponiculture in the state of Mato Grosso is a practice for the conservation of species, considering the actions of rescuing swarms at risk, and there is a desire of breeders to market the hive's products in the future. The loss of swarms in urban areas reveals management failures and other difficulties in maintaining nests in cities. Thus, it is necessary to promote actions to train human resources for the efficient management of hives and favorable environments for the exchange of experiences between breeders and the scientific community.
-
Número de páginas: 17
- Diôgo Januário da Costa Neto