A UTILIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL POR MAGISTRADOS NO PROCESSAMENTO DE HOMICÍDIOS DOLOSOS EM MINAS GERAIS
Este artigo se propõe a problematizar
as ambiguidades existentes entre as funções
de polícia e de justiça, a partir de um estudo
de caso no estado de MG, apoiando-se no
seguinte problema de pesquisa: tomandose
o emprego do inquérito policial na fase
acusatorial do processamento de homicídios
dolosos em Minas Gerais, as funções de
polícia e as de justiça são confundidas? Pela
análise qualitativa de 63 acórdãos proferidos
pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais (TJMG), obtidos por meio de pesquisa
jurisprudencial junto ao site desta instituição,
evidenciou-se para a totalidade dos casos
estudados, no tocante à revisão das sentenças
condenatórias amparadas no inquérito como
prova, que todos os réus tiveram seus recursos
negados e que a justiça mineira entende
que este instrumento pode ser utilizado na
fase acusatorial. Na prática, tal práxis possui
implicações para a consolidação dos direitos
civis na ordem republicana brasileira, uma
vez que no país convivem paralelamente uma
visão democrática e outra reveladora de uma
sociedade constituída por segmentos desiguais
e complementares. A própria legislação é
colocada à serviço dos operadores do sistema
para que seja aplicada de modo particularizado,
hierarquizado e sempre sujeita à interpretação
(Kant de Lima, 2004). Assim, mesmo após
a CF-88, a cidadania está longe de ser
alcançada, já que o texto constitucional reforçou
a inquisitorialidade do inquérito, insistindo em
enfatizar seu caráter de procedimento e não de
processo.
A UTILIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL POR MAGISTRADOS NO PROCESSAMENTO DE HOMICÍDIOS DOLOSOS EM MINAS GERAIS
-
DOI: 10.22533/at.ed.43619050724
-
Palavras-chave: justiça criminal, inquérito, cidadania
-
Keywords: atena
-
Abstract:
atena
-
Número de páginas: 15
- Juliana Neves Lopes Rodrigues