Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros
capa do ebook A Travessia da letra e das personagens claricianas

A Travessia da letra e das personagens claricianas

Duas têm sido a maneira de se fazer

literatura no Brasil, desde a colonização: uma

voltada para a aceitação da “imposição cultural”

(CÂNDIDO, 2009) da matriz colonizadora ibérica,

ideológica, portanto e, outra, contraideológica,

que busca desestabilizá-la, “adaptando-a”

(CÂNDIDO, 2009) ou desconstruindo-a, a fim

de mostrar seu caráter contingente, arbitrário

e, consequentemente, colonizador. Usando

a terminologia de Barthes (2006), no primeiro

caso, temos o que os teóricos chamam mímesis

da representação e, no segundo, a mímesis

da produção. A primeira resulta no “texto de

prazer” e, a segunda, no “texto de fruição”. Este

é aquele tipo de texto que sugere um estado de

perda” (BARTHES, 2006, p. 20-1), aquele é o

tipo de texto “que contenta, enche, dá euforia;

aquele que vem da cultura, não rompe com ela,

está ligado a uma prática confortável de leitura”

(BARTHES, 2006, p. 20). Alguns escritores

trabalham com essas duas escritas ao mesmo

tempo. É o caso de Clarice Lispector que nos

faz entender que a literatura tem sua maneira

peculiar de representação. A partir de tais

premissas elaboramos este artigo, cujo objetivo

é analisarmos o conto “Amor”, de Laços de

Família (1960) e o romance A Paixão Segundo

G. H. (1964), com a finalidade de esclarecer

sobre o modo como a escritora trabalha de

forma alegórica com a travessia da letra e do

“eu” encenados, simultaneamente.

Ler mais

A Travessia da letra e das personagens claricianas

  • DOI: 10.22533/at.ed.89518221114

  • Palavras-chave: História da literatura. Clarice Lispector. Imposição cultural.

  • Keywords: History of literature. Clarice Lispector. Cultural Imposition.

  • Abstract:

    Two have been the way to make

    literature in Brazil, since colonization: one

    aimed at accepting the “cultural imposition”

    (CÂNDIDO, 2009) of the Iberian, ideological,

    and therefore counter-ideological colonizing

    matrix that seeks to destabilize it , “Adapting it”

    (Cándido, 2009) or deconstructing it, in order to

    show its contingent, arbitrary, and consequently

    colonizing character. Using the terminology of

    Barthes (2006), in the first case, we have what

    theorists call mimesis of representation and, in

    the second, the mimesis of production. The first results in the “text of pleasure” and the second in the “text of enjoyment.” This is the

    type of text that suggests a state of loss “(Barthes, 2006, pp. 20-1), that is the type

    of text” that contributes, fills, gives euphoria; the one who comes from culture, does

    not break with it, is connected to a comfortable reading practice “(BARTHES, 2006,

    p.20). Some writers work with these two writings at the same time. This is the case

    of Clarice Lispector who makes us understand that literature has its peculiar way of

    representation. Based on these premises, we elaborate this article, whose objective is

    to analyze the “Love” story, of Family Ties (1960) and the novel The Passion Second

    GH (1964), in order to clarify how the writer works allegorical form with the crossing of

    the letter and the “I” staged simultaneously.

  • Número de páginas: 15

  • Ivete Monteiro de Azevedo
Fale conosco Whatsapp