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capa do ebook A TRANSFORMAÇÃO DAS TECNOLOGIAS MÉDICAS E A ORGANIZAÇÃO DA MEDICINA COMO CIÊNCIA

A TRANSFORMAÇÃO DAS TECNOLOGIAS MÉDICAS E A ORGANIZAÇÃO DA MEDICINA COMO CIÊNCIA

Nas primeiras linhas do prefácio

de sua obra O nascimento da clínica, Foucault

afirma que “este livro trata do espaço, da

linguagem e da morte; trata do olhar”. O artigo

discorre sobre o tema do aparecimento da morte

como instância originária da finitude moderna,

mas finitude histórica. No âmbito da medicina

anátomoclínica a morte é capturada pela grade

da linguagem e do olhar. Estas duas instâncias

configuram o espaço da percepção e o modo de

dizer, isto é, delineiam o campo da enunciação.

Como o conhecimento sempre se constitui

no interregno dessa relação, a morte é aqui

apresentada não como um mero acontecimento

natural, mas como um fato discursivo. A

medicina clínica localiza a morte nos processos

singulares de um organismo, não mais como

uma fatalidade integrada a ordem natural das

coisas. Assim, a medicina anátomoclínica

descortina para o homem a sua finitude originária

e histórica. A morte deixa de ser experienciada

como o denominador comum de todos nós,

para se constituir como a singularidade finita de

cada indivíduo. A transformação da linguagem

médica em discurso racional não decorre de

simples modificações sintáticas e semânticas,

mas de todo um conjunto de transformações

históricas que configuram esse novo sentido

para a morte.

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A TRANSFORMAÇÃO DAS TECNOLOGIAS MÉDICAS E A ORGANIZAÇÃO DA MEDICINA COMO CIÊNCIA

  • DOI: 10.22533/at.ed.1501906073

  • Palavras-chave: Morte. Discurso. Medicina.

  • Keywords: Death. Speech. Medicine

  • Abstract:

    In the first lines of the preface to

    his work The birth of the clinic, Foucault states

    that “this book deals with space, language and

    death; treats the look “. The article discusses

    the appearance of death as an origin of modern

    finitude, but historical finitude.

    In the context of anatomo-clinical medicine, the

    grid of language and eyes captures death. These

    two instances configure the space of perception

    and the way of saying, that is, they delineate

    the field of enunciation. As knowledge always

    constitutes the interregnum of this relation,

    death is here presented not as a mere natural

    event, but as a discursive fact. Clinical medicine

    locates death in the unique processes of an

    organism, no longer as a fatality integrated into

    the natural order of things. Thus, anatomo-clinical medicine reveals to man his original

    and historical finitude. Death ceases to be experienced as the common denominator of

    all of us, to constitute itself as the finite singularity of each individual. The transformation

    of medical language into rational discourse does not stem from simple syntactic and

    semantic modifications, but from a whole set of historical transformations that configure

    this new meaning for death.

  • Número de páginas: 15

  • Marianne Sousa Barbosa
  • JOSÉ NILTON CONSERVA DE ARRUDA
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