A SENTENÇA SOCIAL E OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NO INTERIOR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS: UMA ANÁLISE SOCIOCULTURAL A PARTIR DO POVO GUARANI-KAIOWÁ, VIABILIZANDO AS MULHERES INDÍGENAS
O Estado de Mato Grosso do Sul abriga grande parte dos indígenas do Centro-Oeste brasileiro, e dentre eles a população dos índios Guarani-Kaiowá. O termo ‘Guarani’ designa uma etnia de índios que possuem a mesma origem, mas hábitos e costumes diferentes entre si. Durante a colonização do Brasil, a cultura indígena foi menosprezada em prol da “civilização” e evolução da sociedade, o que justificou a perseguição e a escravização dos índios. Com o advento do século XX, o governo brasileiro criou organizações que deveriam proteger a população indígena, porém, na realidade tais órgãos trabalharam para confinar os índios nos locais em que o Governo considerava ideias (as oito reservas indígenas criadas pelo Serviço de Proteção ao Índio). Entretanto, a Constituição Federal de 1988 constituiu um importante rompimento com muitos dos ideais trazidos pelo colonialismo, concedendo aos indígenas direitos como dignidade humana, respeito a cultura e ao território; a territorialidade envolve uma das principais problemáticas enfrentadas por essa população, visto que sua identidade étnica está ligada diretamente ao seu território tradicional. O presente artigo tem por finalidade analisar a origem dos conflitos em que estão imersos os índios Guarani-Kaiowá no estado de Mato Grosso do Sul, com especial atenção ao novo papel desempenhado pela mulher indígena dentro dessas comunidades; além de avaliar a influência desempenhada pela colonização do Brasil dentro das aldeias indígenas, levando em consideração a Constituição de 1988 em que se encontra pautado o Princípio da Dignidade Humana. Essa pesquisa ocorreu por meio da metodologia bibliográfica, baseando-se principalmente em leituras e análises de artigos, teses e textos a respeito do tema e dos assuntos referentes a este. Constatou-se que a estruturação política, social e cultural das comunidades indígenas foi fortemente modificada por meio das imposições estatais e sociais que tentaram moldar as civilizações indígenas à imagem dos colonizadores.
A SENTENÇA SOCIAL E OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA SIMBÓLICA NO INTERIOR DAS COMUNIDADES INDÍGENAS: UMA ANÁLISE SOCIOCULTURAL A PARTIR DO POVO GUARANI-KAIOWÁ, VIABILIZANDO AS MULHERES INDÍGENAS
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DOI: 10.22533/at.ed.3172104108
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Palavras-chave: Guarani-Kaiowá. Colonização. Dignidade Humana. Comunidades Indígenas. Violência Simbólica.
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Keywords: Guarani-Kaiowá. Colonization. Human dignity. Indigenous Communities. Symbolic Violence.
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Abstract:
The State of Mato Grosso do Sul is home to a large part of the indigenous peoples of the Brazilian Midwest, and among them the population of the Guarani-Kaiowá Indians. The term ‘Guarani’ designates an ethnic group of Indians who have the same origin, but different habits and customs. During the colonization of Brazil, indigenous culture was despised in favor of “civilization” and the evolution of society, which justified the persecution and enslavement of the Indians. With the advent of the 20th century, the Brazilian government created organizations that were supposed to protect the indigenous population, but in reality such bodies worked to confine the Indians in places where the Government considered ideas (the eight indigenous reserves created by the Indian Protection Service). However, the Federal Constitution of 1988 constituted an important break with many of the ideals brought by colonialism, granting indigenous rights such as human dignity, respect for culture and territory; territoriality involves one of the main problems faced by this population, as their ethnic identity is directly linked to their traditional territory. This article aims to analyze the origin of the conflicts in which the Guarani-Kaiowá Indians are immersed in the state of Mato Grosso do Sul, with special attention to the new role played by indigenous women within these communities; in addition to evaluating the influence played by the colonization of Brazil within indigenous villages, taking into account the 1988 Constitution, which is based on the Principle of Human Dignity. This research took place through bibliographical methodology, based mainly on readings and analysis of articles, theses and texts about the theme and the subjects related to it. It was found that the political, social and cultural structure of indigenous communities was strongly modified through state and social impositions that tried to mold indigenous civilizations in the image of the colonizers.
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Número de páginas: 20
- José Manfroi
- Ana Carolina de Oliveira Campos