À luz dos estudos da teoria da

significação proposta pelo semioticista Algirdas

Greimas, dos trabalhos desenvolvidos sobre

percepção do fenomenólogo Maurice MerleauPonty e das discussões acerca da cibercultura,

este artigo discorre sobre os efeitos de sentido

que emergem do sincretismo de linguagens,

ou seja, os elementos instalados no texto

– palavras e imagens – em dada topologia

do formato do impresso que, ao interagirem

entre si, proporcionam ao leitor a apreensão

e contrução do sentido dos enunciados das

redações do Exame Nacional do Ensino

Médio (ENEM). O objetivo geral é identificar

os valores sociais exigidos pelo MEC e a

compreensão dos mecanismos dos enunciados

sincréticos instalados nos textos motivadores

que compõem a proposta de redação por meio

do arcabouço da teoria semiótica discursiva.

A presença da tecnologia e de novos meios

de comunicação vem transformando o

modo dos indivíduos se comunicarem, se

relacionarem, perceberem o seu derredor

sob uma construção merleaupontyana, e

construírem conhecimentos nesta sociedade

contemporânea. Este fenômeno propicia

lógicas de agrupamentos diferenciados,

em consequência de ações culturais da

cibercultura. Constituem esse alicerce teórico a

semiótica como teoria da significação proposta

por Algirdas Julien Greimas, complementada

pelas edificações da fenomenologia de Maurice

Merleau-Ponty. Na esteira da discussão também

estão as contribuições de Eugenio Trivinho e

Ana Claudia de Oliveira.