A RELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS SETORIAIS DE HABITAÇÃO, SANEAMENTO E MOBILIDADE COM UMA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
No Brasil, mais de 85% das pessoas residem em áreas urbanas, indicando que os problemas que incidem nos grandes centros tendem a impactar parcela significativa da população. A segregação sócio-espacial, a pobreza e a desigualdade social podem ser consideradas herança de um modelo de desenvolvimento concentrador e excludente, que vem se impondo desde os primórdios do processo de urbanização brasileiro, devido à forma como o Estado percebe e atua sobre o processo de desenvolvimento urbano. A análise dos discursos institucionais propagados e da política urbana implementada na última década, aponta que os avanços obtidos na trajetória da política urbana brasileira, embora importantes, representam conquistas pouco significativas, não sendo capazes de superar a ótica setorialista de implementar as ações governamentais, tampouco de transformar o modo de produção das cidades. As evidências indicam que as estratégias adotadas para o enfrentamento da problemática urbana não tiveram o êxito esperado e continuam privilegiando a atuação fragmentada por setores (habitação, saneamento, mobilidade urbana), esquivando-se de confrontar os interesses do capital, em particular a propriedade privada da terra e seu uso de acordo com o interesse privado.
A RELAÇÃO ENTRE AS POLÍTICAS SETORIAIS DE HABITAÇÃO, SANEAMENTO E MOBILIDADE COM UMA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO
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DOI: 10.22533/at.ed.935201404
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Palavras-chave: desenvolvimento urbano, política urbana, coalizões de interesses, setorialismo
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Keywords: urban development, urban politics, advocacy coalition, sectorialism
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Abstract:
In Brazil, more than 85% of people live in urban areas, indicating that the problems that affect large centers tend to impact a significant portion of the population. Socio-spatial segregation, poverty and social inequality can be considered as inheritance of a concentrative and exclusionary development model, which has been imposed since the beginning of the Brazilian urbanization process, due to the way the state perceives and acts on the urban process development. The analysis of the institutional discourses propagated, together with the practice implemented in the last decade, point out that the advances obtained in the trajectory of Brazilian urban policy, although important, represent little significant achievements, not being able to overcome the sectorialist perspective of implementing governmental actions, nor to transform the mode of production of cities. The evidence indicates that the strategies adopted to confront urban problems have not been hoped for and continue to favor fragmented performance by sectors, avoiding to confront the interests of capital, in particular the private ownership of land and its use according to the private interest.
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Número de páginas: 305
- ANDRÉA NARITZA SILVA MARQUIM DE ARAUJO