A PRESENÇA DO ANALISTA NA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE E A APOSTA DE UMA ESCUTA POSSÍVEL
A psicanálise vem acompanhando as transformações de cada época, galgando espaços em instituições, dentre elas o hospital. O presente escrito tem como objetivo refletir sobre o trabalho realizado pelos psicanalistas que acompanham pacientes em hospital geral. Para dar conta desse propósito foi realizada uma revisão bibliográfica pelo viés psicanalítico com contribuições da psicanálise freudiana, lacaniana e autores contemporâneos. Ressalta-se que o processo de escuta instaurado pelo psicanalista à beira do leito pode resgatar o sujeito do inconsciente antes, suturado pela ciência, a partir dos preceitos básicos da psicanálise a associação livre, atenção flutuante e perpassado pela transferência. Neste espaço, a psicanálise irá trabalhar sem um saber prévio sendo este construído a partir do encontro entre analista e o analisando, norteado pela ética da psicanálise, a partir dos efeitos do inconsciente e da posição ao qual o sujeito ocupa em seu laço social. No hospital, é pela presença do analista e a oferta da escuta analítica que podemos convocar uma demanda do paciente e assim realizar um trabalho analítico. Com isso será factível operar no campo da função simbólica testemunhando e viabilizando a presentificação do inconsciente e do sujeito. Dessa forma, com o convite ao paciente a falar do que sofre e do que é indizível no momento da hospitalização surge à possibilidade do uso da palavra para poder dar conta do seu sofrimento e assim produzir um saber singular. Logo, o dispositivo de escuta proposto pela psicanálise possibilita que o sujeito se reposicione diante seu sofrimento realizando o luto de que se perde ao adoecer resultando uma possível implicação em relação a seu adoecimento e tratamento. Poderia este momento ser o encontro de saídas para o seu mal estar alcançando assim algo de uma elaboração simbólica.
A PRESENÇA DO ANALISTA NA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE E A APOSTA DE UMA ESCUTA POSSÍVEL
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DOI: 10.22533/at.ed.7042207025
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Palavras-chave: Psicanálise, Psicologia hospitalar, Presença do analista, Hospital.
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Keywords: Psychoanalysis; Hospital Psychology; Presence of the Analyst; Hospital.
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Abstract:
Psychoanalysis has been following the transformations of each era, gaining space within institutions, and the hospital is one of them. The present paper aims to reflect on the work done by psychoanalysts that accompany patients in general hospitals. To achieve this purpose, a bibliographic review was carried out using a psychoanalytical approach with contributions from Freudian and Lacanian psychoanalysis and contemporary authors. It is important to emphasize that the listening process established by the psychoanalyst beside the deathbed can rescue the subject of the unconscious previously sutured by science based on the basic precepts of psychoanalysis: free association, floating attention and permeated by transference. In this space, psychoanalysis will work without a prior knowledge, which is built from the encounter between analyst and person analyzed, guided by the ethics of psychoanalysis, from the effects of the unconscious and the position that the subject occupies in their social context. In the hospital, it is through the presence of the analyst and the offer of analytical listening that it is possible to rise a demand from the patient and thus carry out the analytical work. With this, it will be possible to perform in the field of the symbolic function, witnessing and making the presentification of the unconscious and the subject possible. In this way, by inviting the patient to talk about what makes them suffer and what is unspeakable at the time of hospitalization, the possibility of using the word to be able to deal with their suffering and thus produce a singular knowledge emerges. Therefore, the listening device proposed by psychoanalysis enables the subject to reorganize themselves in face of their suffering, mourning what they lost when they got sick, maybe resulting in an implication in relation to their illness and treatment. This moment could be the way out of their malaise, thus achieving something of a symbolic elaboration.
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Número de páginas: 10
- Karla Corrêa Lima Miranda
- Darla Moreira Carneiro Leite