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A POÉTICA DE RESISTÊNCIA DO CAXAMBU: UMA PRÁTICA INSURGENTE DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

O artigo, é parte dos estudos fundantes da pesquisa de tese em andamento, a qual aborda a performance do Caxambu, Patrimônio Cultural Negro do Brasil, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se apresentar o caxambu em sua dinâmica de insurgência verificada em seu rito performático, que através das relações advindas do povo negro escravizados na diáspora Africana, esteve presente nos terreiros das fazendas cafeeiras da região sudeste no sec. XIX e permanece ativa nas comunidades caxambuzeiras/jongueiras na contemporaneidade. Sob a ótica de uma tradição endossada em uma África inventada em solo brasileiro e pautada em elementos presentes na filosofia e na cosmopercepção em África, as quais orientam sua relação com o mundo através da ancestralidade e do saber coletivo, busca-se uma aproximação com os estudos decoloniais propondo reflexões críticas sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, que hierarquiza e alimenta o epistemicídio dos conhecimentos “outros” e das “outras” formas de pensar o mundo. Desta forma, a fim de constituir uma frente de combate a subalternização dos saberes e pautado nos marcos legais que instituem a obrigatoriedade da inclusão da História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, apresentamos a insurgência do caxambu como ferramenta metodológica para uma educação antirracista, de forma a construir uma experiência legítima da alteridade, necessária para a mitigação do racismo estrutural brasileiro, em que valorização dos saberes tradicionais e de seus detentores, os mestres e mestras de tradição caxambuzeira, possamos desvelar caminhos e novas formas de estar e habitar o mundo.
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A POÉTICA DE RESISTÊNCIA DO CAXAMBU: UMA PRÁTICA INSURGENTE DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA

  • DOI: 10.22533/at.ed.97223191010

  • Palavras-chave: Patrimônio Cultural Negro, Caxambu, Decolonialidade, Educação antirracista.

  • Keywords: Black Cultural Patrimony, Caxambu, Decoloniality, Anti-racist education.

  • Abstract: The present article is part of the studies of the thesis research in progress, which addresses the performance of Caxambu, Black Cultural Patrimony of Brazil, as a decolonial action strategy for an anti-racist education. In this excerpt, we seek to present caxambu in its insurgency dynamics verified in its performative rite, which through the relationships arising from the black people enslaved in the African diaspora, was present in the yard of coffee farms in the southeast region in the sec. XIX and remains active in contemporary Caxambuzeiras/Jongueiras communities. From the perspective of a tradition endorsed in an Africa invented on Brazilian soil and based on elements present in philosophy and cosmoperception in Africa, which guide its relationship with the world through ancestry and collective knowledge, an approximation with the decolonial studies proposing critical reflections on the hegemony of rational thought, imposed by the modern world system, which hierarchizes and feeds the epistemicide of “other” knowledge and “other” ways of thinking about the world. In this way, in order to constitute a front to combat the subalternization of knowledge and based on the legal frameworks that establish the mandatory inclusion of the History of Africa and Afro-Brazilian culture in the curricula of Basic Education in Brazil, we present the insurgency of caxambu as a methodological tool for an anti-racist education, in order to build a legitimate experience of alterity, necessary for the mitigation of Brazilian structural racism, in which valuing traditional knowledge and its holders, the masters of the Caxambuzeira tradition, we can reveal paths and new ways of being and inhabiting the world.

  • Jacyara Conceição Rosa Mardgan
  • Giovane do Nascimento
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