A PERSONIFICAÇÃO DO CORONAVIRUS NAS CHARGES: PROLEGÔMENOS ACERCA DAS METÁFORAS BÉLICAS PRODUZIDAS NO COTIDIANO DOS TEMPOS DE PANDEMIA
A partir da teoria da Metáfora Conceitual de Lakoff e Johnson (2002) e de seu desenvolvimento na personificação enquanto figuras de pensamento que corporificam o pensar e o agir humano, este artigo objetiva investigar como se estrutura a personificação do coronavirus em charges publicadas em tempos de pandemia. Por se tratar do gênero charge, uma produção periódica paralela aos textos jornalísticos da web, alguns títulos de entrevistas, reportagens e artigos de opinião foram analisados a fim de traçar paralelos entre as metáforas conceptuais presentes nesses textos e a gama de metáforas que estruturam a personificação do vírus nas charges analisadas. O resultado das investigações mostrou algumas metáforas destaques, a saber “coronavirus é inimigo invisível e oculto” e “os profissionais da saúde são soldados da linha de frente”. Pela análise das charges a partir da personificação, pôde-se observar a construção caricatural de um vírus que parece um pequeno monstro verde, lutador em ringue de box, que viaja, apresenta sentimentos, faz uso de dispositivos móveis, cria estratégia de espionagem e infiltração em aglomeramentos, faz uso de redes sociais digitais, compartilha e participa de eventos. Outrossim foi possível perceber um tom irônico de suavização do potencial devastador do vírus, o que contribuiu para ampliar o perfil do inimigo vírus e transformá-lo em personagem pública a ser fotografada. As charges analisadas mostraram a importância da linguagem multimodal como recurso para a construção discursiva e argumentativa do chargista
A PERSONIFICAÇÃO DO CORONAVIRUS NAS CHARGES: PROLEGÔMENOS ACERCA DAS METÁFORAS BÉLICAS PRODUZIDAS NO COTIDIANO DOS TEMPOS DE PANDEMIA
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DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.6512121074
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Palavras-chave: coronavirus; personificação; charges; metáforas bélicas
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Keywords: coronavirus; personification; cartoons; war metaphors
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Abstract:
Based on Lakoff and Johnson's Conceptual Metaphor (2002) theory and its development in personification as figures of thought that embody human thinking and acting, this article aims to investigate how the personification of the coronavirus is structured in cartoons published in times of pandemic. Because it is the charge genre, a periodic production parallel to the journalistic texts on the web, some interview titles, reports and opinion articles were analyzed in order to draw parallels between the conceptual metaphors present in these texts and the range of metaphors that structure the personification of the virus in the cartoons analyzed. The results of the investigations showed some prominent metaphors, namely "coronavirus is an invisible and hidden enemy" and "health professionals are frontline soldiers". By analyzing the cartoons from the personification, it was possible to observe the cartoon construction of a virus that looks like a small green monster, a fighter in a box ring, who travels, presents feelings, makes use of mobile devices, creates a strategy for spying and infiltrating in clusters, makes use of digital social networks, shares and participates in events. Furthermore, it was possible to perceive an ironic tone of softening the devastating potential of the virus, which contributed to expand the profile of the virus enemy and turn him into a public character to be photographed. The cartoons analyzed showed the importance of multimodal language as a resource for the discursive and argumentative construction of the cartoonist.
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Número de páginas: 20
- Sérgio Arruda de Moura
- Jacimara Ribeiro Merizio Cardozo