A Perenidade dos Gregos na Disciplina de Estudos Literários
Durante a atividade de monitor da
disciplina de Introdução aos Estudos Literários,
emergiu o questionamento sobre a razão
pela qual os gregos ocupam grande espaço
das leituras dessa disciplina obrigatória não
só do curso de Letras, mas também do de
Biblioteconomia. Figuram entre esses gregos
Platão, Aristóteles, Safo de Lesbos, Homero,
Sófocles e Aristófanes. O presente trabalho
busca oferecer respostas razoáveis à questão,
valendo-se de uma visão integral da disciplina
através da condição de monitor da mesma,
conferida ao autor deste artigo, no ano de
2017, enquanto graduando do curso de Letras
da UFG. Através de uma reflexão incluindo
problemáticas fundamentais da disciplina,
como o conceito de mímesis e a teorização dos
gêneros literários, identifica-se nos gregos o
berço e as origens de boa parte das questões
teóricas abordadas ao longo da disciplina,
justificando aí a recorrência aos gregos não
só enquanto produtores de literatura (Homero,
Safo, Sófocles, Aristófanes), mas também
como teóricos e críticos (Aristóteles e Platão).
A recorrência também é justificada com ideias
tiradas dos textos presentes na bibliografia
complementar da disciplina, como “Por que
ler os clássicos” de Italo Calvino e “Sobre
Algumas Funções da Literatura”, de Umberto
Eco. Por fim, observa-se que a assim chamada
“perenidade” dos gregos não é de todo absoluta
nem ubíqua, pois, como ensina a própria
disciplina, os conceitos dos estudos literários
estão sempre eivados de cultura e ideologia, ou
seja, componentes contingentes, históricos e,
portanto, sujeitos à mudança, como ocorre com
o próprio conceito de literatura
A Perenidade dos Gregos na Disciplina de Estudos Literários
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DOI: 10.22533/at.ed.5491921083
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Palavras-chave: Gregos, Introdução aos Estudos Literários, Gêneros Literários, Mímesis
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Keywords: Greeks, Introduction to Literary Studies, Literary Genres, Mimesis.
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Abstract:
During the activity of monitor for
the subject of Introduction to Literary Studies
a query emerged on why the Greeks take a
great part of the readings for these obligatory
discipline not only in “Letras” but also in Library
Science. Plato, Aristotle, Sappho of Lesbos,
Homer, Sophocles and Aristophanes figure
among these Greeks. This work attempts to
give reasonable answers to the query, from an
integral view of the subject from the condition
of monitor, granted to the author of this work,
in the year of 2017, as an undergraduate of
“Letras” in UFG. Through a reflexion including fundamental problems explored by the
discipline, such as the concept of mimesis and the theorization of literary genres, this
work identifies in the Greeks the origins of many theoretical questions taking place
in the discipline, thus justifying their recurrence, not only as literary authors (Homer,
Sappho, Sophocles, Aristophanes), but also as theorists and critics (Aristotle and
Plato). The recurrence is also justified by ideas taken from the texts present in the
subject’s complementary bibliography, such as “Why read the classics” by Italo Calvino
and “On Some Functions of Literature” by Umberto Eco. Finally, the work remarks that
the so-called Greek “perenniality” is not at all absolute nor ubiquitous since, as the
subject itself instructs, the concepts of literary studies are always laden with culture and
ideology, that is, contingent, historical components, and are, thus, subject to change,
like the concept of literature itself.
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Número de páginas: 15
- Arthur Barboza Ferreira