Pretende-se neste trabalho analisar o itinerário teológico, religioso e existencial desenvolvido por João Maria de Agostini. Considerado monge por onde transitava, Agostini foi peregrino pelos países da América no século XIX, teve forte influência na tradição religiosa cabocla no contexto que antecedeu a Guerra do Contestado.  Seus ensinamentos remetem à tradição ascética e peregrina dos padres do deserto, em especial Santo Antão, por quem Agostini alimentava profunda devoção.  Objetiva-se neste trabalho demonstrar como Agostini fez de seus princípios teológicos, religiosos e filosóficos um modo de vida, um modo de ser e agir no mundo, uma pedagogia do exemplo.  Deste modo, este trabalho propõe um diálogo interdisciplinar entre História e Filosofia, enfatizando a eminente influência deste peregrino italiano na fé, religiosidade e devoção dos caboclos da região contestada.