A ONTOLOGIA DO BIOPODER PATRIARCAL: O TRAUMA SILENCIOSO DA FEMINIZAÇÃO
O patriarcado é uma temática amplamente discutida no campo de estudos feministas, repleto de abordagens plurais e interdisciplinares. Este artigo, por sua vez, explora como o patriarcado constitui uma estrutura cuja ontologia é fundamentada pelo seu potencial subalternizador: a dominação masculina, sob diferentes níveis de interseccionalidade e penetração nos sistemas, ocorre por meio de constantes práticas de insegurança feminina e ritualização de traumas de gênero. Esta estrutura, portanto, não atua somente na vulnerabilização da mulher em sentido puramente biológico, mas sobretudo nas construções subjetivas de identidades dicotômicas de gênero. Por meio de uma metodologia feminista e pós-estruturalista, o artigo analisa como as práticas discursivas embasadas em significantes de gênero constituem as subjetividades das relações, das ações e dos corpos. O artigo é desenvolvido a partir da pesquisa bibliográfica e sua relação com a privatização da feminilidade, por meio da análise do caso de abuso sexual de Mariana Ferrer em 2018, bem como sua relação com a politização do trauma de gênero no conflito internacional, mediante o estudo das práticas discursivas acerca de estupros de guerra na antiga Iugoslávia.
A ONTOLOGIA DO BIOPODER PATRIARCAL: O TRAUMA SILENCIOSO DA FEMINIZAÇÃO
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DOI: 10.22533/at.ed.1662131053
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Palavras-chave: gênero; patriarcado; biopoder; trauma
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Keywords: gender; patriarchy; biopower; trauma.
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Abstract:
atriarchy is a topic widely discussed in feminist studies, filled with plural and interdisciplinary approaches. This article, in turn, explores how patriarchy constitutes an ontological structure based on its subalternizing potential: male domination, under different levels of intersectionality and penetration into systems, occurs through constant practices of female insecurity and ritualization of gender trauma. Therefore, this structure acts in gauging women's vulnerability in a purely biological sense, but above all in the subjective constructions of gender dichotomous identities. Through a feminist and post-structuralist methodology, the article analyzes how discursive practices based on gender signifiers constitute the subjectivities of relationships, actions, and bodies. The article uses bibliographic research and its relation with the privatization of femininity, through the analysis of Mariana Ferrer's sexual abuse case in 2018, as well as its relation with the politicization of gender trauma in the international conflict, through the study of discursive practices regarding war rape in the former Yugoslavia.
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Número de páginas: 15
- Maria Lidia Mattos Valdivia
