A MÚSICA NOS NAVIOS E QUARTÉIS DA ARMADA BRASILEIRA ENTRE AS DÉCADAS DE 1850 E 1900
Este trabalho visa apresentar
notas introdutórias acerca da pesquisa que
ora se inicia e que se propõe a compreender
o emprego da música no cotidiano dos navios
e quartéis, e na formação de marinheiros nas
Companhias de Aprendizes (posteriormente
Escolas de Aprendizes-Marinheiros – 1885);
quartéis dos Corpos de Imperiais Marinheiros
e do Batalhão Naval; e no Arsenal de Marinha
da Corte para os aprendizes-artífices entre as
décadas de 1850 e 1900.
A partir das fontes até o momento levantadas
e analisadas, infere-se que a música tenha
sido implementada como um caminho para a
preparação desses sujeitos para as lides do
mar, dentro de um contexto em que se buscava
a construção do Estado nacional amparado em
bases civilizatórias. Além disso, pode ter sido um
dos instrumentos utilizados no cotidiano dessas
instituições para disciplinar esses sujeitos, a
impor-lhes uma série de condutas técnicas e
corporais. E ainda, as atividades recreativas e
sociabilizadoras.
Dentro da Marinha brasileira as práticas mais
evidentes de ensino de música ocorreram em
suas unidades de formação de marinheiros,
soldados e artífices a partir da década de 1850.
Até serem centralizadas a partir de 1909 com a
contratação do maestro Francisco Braga como
Professor e Regente das Bandas de Música da
Marinha e do Regimento Naval.
Nestas “notas introdutórias”, acrescenta-se
a proposta dos conjuntos de fontes para este
trabalho: as relativas aos discursos acerca da
implementação do ensino de música, como a
Revista Marítima Brasileira (1881-1909), os
Relatórios dos Ministros da Marinha, entre
outras fontes do tipo. Já quanto ao cotidiano,
ressaltam-se as fontes que permitem a
localização dos sujeitos envolvidos no processo
de ensino de música (gestores, mestres e os
militares em formação), como os Almanaques,
os Relatórios de Viagem dos comandantes
dos navios, e também os diários e memórias
produzidas pelos militares a bordo.
A MÚSICA NOS NAVIOS E QUARTÉIS DA ARMADA BRASILEIRA ENTRE AS DÉCADAS DE 1850 E 1900
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DOI: 10.22533/at.ed.02320110210
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Palavras-chave: Música; Marinha brasileira; Cultura marítima e naval; Segundo Reinado; Primeira República.
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Keywords: Music; Brazilian Navy; Sea and Naval Culture; Second Reign; First Republic.
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Abstract:
This paper aims to present introductory notes about the research that is
beginning and which aims to understand the use of music in the daily life of ships and
quarters, and in the training of sailors in the Apprentice Companies (later Apprentice-
Sailor Schools - 1885); quarters of the Imperial Sailors Corps and the Naval Battalion;
and the Court Navy Arsenal for apprentice craftsmen between the 1850s and 1900s.
From the sources so far raised and analyzed, it can be inferred that music has been
implemented as a manner for the preparation of these subjects for the works of the
sea, within a context in which the construction of the national state based on principles
was sought civilizatory. Moreover, it may have been one of the instruments used in the
daily life of these institutions to discipline these subjects, to impose on them a series
of technical and corporal behaviors. And yet, the recreational and socializing activities.
Within the Brazilian Navy the most evident practices of music teaching occurred in its
units of formation of sailors, soldiers and craftsmen from the 1850s. Until they were
centralized from 1909 with the hiring of maestro Francisco Braga as Professor and
Regent of the. Navy and Naval Regiment Music Bands.
In these “introductory notes”, we add the proposal of the sets of sources for this work:
those concerning the discourses about the implementation of music teaching, such as
the Brazilian Maritime Magazine (1881-1909), the Reports of the Ministers of the Navy,
among others fonts of its kind. As for daily life, we highlight the sources that allow the
location of the subjects involved in the music teaching process (managers, masters and
the military in formation), such as the Almanacs, the Ship Commanders’ Trip Reports,
as well as the diaries and memories produced by the military on board.
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Número de páginas: 15
- Anderson de Rieti Santa Clara dos Santos