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A mulher quilombola e o saber-fazer farinha de mandioca na comunidade do Zaru, Município de Tracuateua-PA

O artigo apresentado propõe um estudo de caso sobre o saber da mulher quilombola e sua atuação dentro da prática produtiva de fazer farinha de mandioca em uma comunidade tradicional. Com o intuito de identificar imbricamentos e intersecções na relação gênero-trabalho, para a aquisição dos dados primários desta pesquisa qualitativa, utilizou-se o método de aplicação de entrevista semiestruturada de forma flexível, permitindo adaptações durante o desenvolvimento, para que assim, estes dados pudessem ser correlacionados com a literatura existente sobre a temática. O sujeito desta pesquisa foi uma moradora da Comunidade Quilombola do Zaru, município de Tracuateua-PA. Importante justificar que a escolha do sujeito desta pesquisa foi estratégica para ouvir a voz da mulher, que muitas vezes é ausentada dos espaços públicos e de decisão, como as áreas de trabalho. Os resultados obtidos com esta pesquisa, mostram que fazer farinha é expressar um saber ancestral pertencente aos povos originários da Amazônia e, também uma forma de reprodução social, que envolve relações de parentesco, coletividade, religiosidade e misticismo, troca de saberes e a própria manifestação cultural de um povo. O modo de organização social se diferencia entre as comunidades tradicionais, onde a mulher pode assumir funções diferentes, mas na divisão do trabalho, o homem quase sempre vai estar na posição de tomar decisões enquanto “chefe da família” e a mulher que muitas vezes tem o trabalho como uma extensão dos afazeres domésticos. Esta pesquisa trouxe resultados que colocam a mulher em uma posição de liderança no ato de saber-fazer farinha e abrem espaços para novos diálogos e discussões acerca do tema.   
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A mulher quilombola e o saber-fazer farinha de mandioca na comunidade do Zaru, Município de Tracuateua-PA

  • DOI: 10.22533/at.ed.1632329111

  • Palavras-chave: Gênero; Quilombo; Amazônia; Mandioca; Trabalho, Relações de poder

  • Keywords: Gender; Quilombo; Amazon; Cassava; Work, Power relations

  • Abstract: The article presented proposes a case study on the knowledge of quilombola women and their actions within the productive practice of making cassava flour in a traditional community. In order to identify overlaps and intersections in the gender-work relationship, to acquire the primary data of this qualitative research, the semi-structured interview application method was used in a flexible way, allowing adaptations during development, so that these data could be correlated with the existing literature on the subject. The subject of this research was a resident of the Quilombola Community of Zaru, municipality of Tracuateua-PA. It is important to justify that the choice of the subject of this research was strategic to hear the voice of women, who are often absent from public and decision-making spaces, such as work areas. The results obtained from this research show that making flour is expressing ancestral knowledge belonging to the original people of the Amazon and also a form of social reproduction, which involves kinship relationships, collectivity, religiosity and mysticism, exchange of knowledge and the manifestation itself. culture of a people. The way of social organization differs between traditional communities, where women can assume different roles, but in the division of labor, the man will almost always be in the position to make decisions as “head of the family” and the woman who often has work as an extension of domestic tasks. This research brought results that place women in a leadership position in the act of knowing how to make flour and open spaces for new dialogues and discussions on the topic.

  • FERNANDA GISELE SANTOS DE QUADROS
  • PAULO CESAR MONTEIRO DA ROSA
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