O Horto Del Rey, também conhecido como Sítio dos Manguinhos, em Olinda - Pernambuco, foi um dos primeiros jardins botânicos do Brasil. Servindo em seus primeiros 40 anos para aclimatação, produção e distribuição de plantas de valor comercial para os portugueses mercantilistas que viviam da venda das chamadas especiarias. Também foi de lugar de ensino e pesquisa de botânica. Além dele, o jardim do botânico de Belém e o do Rio de Janeiro compõe-se como os mais antigos do país. Contudo, o Horto foi sendo esquecido e perdendo sua área. Estima-se que, em 1811, ano de sua fundação a sua  área era de 33 hectares e hoje guarda um pouco mais de um terço de sua área original, ou seja, apenas 13 hectares. Sendo os últimos 160 anos de sua história protagonizados como quintal de uma propriedade privada. Na preocupação com paisagens históricas e a formulação de metodologias de preservação e gestão do patrimônio histórico partindo da comunidade, o professor Jeremy Wells, da University of Maryland - USA, juntou-se ao professor Fernando Diniz Moreira - UFPE , à mim, Ariadne Paulo Silva, doutora em  habitat e especialista em Gestão do  Patrimônio Cultural, além de um grupo de alunos da graduação de arquitetura e urbanismo da UFPE, para trabalhar em forma de oficinas a sua proposta de pesquisa em  2015. Foi no ensejo desse trabalho que surgiu este artigo, visando observar os discursos dos participantes das oficinas eram em sua maioria moradores das comunidades vizinhas ao Horto. A partir deles  se fez uma análise etnográfica da vizinhança, e por meio dela se concluiu que as lembranças dos moradores das brincadeiras, dos piqueniques, do riacho, dos pássaros, dos passeios do fim de semana, eram o que havia de mais forte para que se preserve esta paisagem. Em outras palavras, o pertencimento do Horto à vida dessas pessoas é uma ferramenta importante para proteção e preservação desta paisagem e de outras.