A LUTA CONTRA A DITADURA DO TEATRO BRASILEIRO: AUGUSTO BOAL E A PRIMEIRA FEIRA PAULISTA DE OPINIÃO
Hoje insurge-se, cada vez mais,
a necessidade de relembrar os trabalhos
dos autores que enfrentaram a Censura e a
Ditadura Militar. O diretor carioca Augusto Boal
foi um deles. Torna-se, ainda jovem, diretor da
companhia Teatro de Arena com a qual renova
a cena teatral do País. Graças ao uso de um
palco a arena já tinha-se conseguido baixar o
preço, atraindo as camadas mais humildes da
população; além disso, com os seminários de
dramaturgia e interpretação, o diretor cria um
novo conjunto de atores e escritores nacionais.
Já no final da década de Cinquenta são montadas
por Boal peças que abordam a questão operária
e a opressão capitalista. Depois do 1° Abril de
1964, o Arena torna-se uma das principais
companhias de resistência. O teatro é agora
politização do povo, conscientização. Nesse
contexto surge Primeira Feira Paulista de
Opinião, o momento mais alto da contestação,
com Boal diretor geral. Todos os tipos de artista
estão convidados a responder à pergunta “Que
pensa do Brasil de hoje?”; nasce um conjunto
de obras plásticas, imagens, músicas e peças
teatrais de sátira contra a Ditadura, de exortação
à resistência, de denúncia e reivindicação de
liberdade. O espetáculo é proibido pela censura
mas os artistas decidem continuar, atuando
em vários lugares diferentes para fugir dos
militares. A luta dos protagonistas, o interesse
do público e a coragem de ambos, são coisas a
lembrar no presente, para não deixar a Censura
dos militares afetar ainda o mundo atual
A LUTA CONTRA A DITADURA DO TEATRO BRASILEIRO: AUGUSTO BOAL E A PRIMEIRA FEIRA PAULISTA DE OPINIÃO
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DOI: 10.22533/at.ed.81419240422
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Palavras-chave: Augusto Boal; Teatro; Censura; Ditadura Militar; Literatura de Resistência
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Keywords: Atena
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Abstract:
ATENA
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Número de páginas: 15
- Daniele Severi