A literatura e o corpo contra o Castrismo: o relato autobiográfico de Reinaldo Arenas (1943-1990)
Reinaldo Arenas foi uma testemunha
privilegiada dos acontecimentos em Cuba pois
vivenciou a Revolução; que instaurou uma
ditadura comunista. Escritor e homossexual,
enfrentou-a em duas frentes, visto que escritores
contrários ao regime eram considerados
contrarrevolucionários e portanto, intoleráveis;
além da perseguição contra os homossexuais.
Foi exilado pelo porto de Mariel em 1980,
num movimento migratório formado em sua
maioria por jovens que foram coagidos a apoiar
e sustentar a Revolução, mas que sofreram
perseguições por suas convicções contrárias
ao regime e à moral vigente. Arenas sem
dúvidas apoiou a Revolução em seu início, mas
a censura e perseguição que sofreu levaram ao
descontentamento e oposição à ela. Pelo seu
relato, identificamos duas formas que Arenas
utilizou como resistência. Uma, sua própria
escrita. Para ele, a literatura era sua forma
de existir e atuar no mundo a sua volta: tanto
com sua autobiografia, um grito pela liberdade
e contra a opressão; quanto em seus livros
literários que, mesmo ficcionais, faziam claras
alusões e duras críticas ao Castrismo. Segundo,
Arenas utilizou sua homossexualidade como
rebeldia contra a moralidade cubana. Esses são
apenas aspectos da complexa personalidade
e vida do escritor, a qual será apresentada
brevemente nesse trabalho.
A literatura e o corpo contra o Castrismo: o relato autobiográfico de Reinaldo Arenas (1943-1990)
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DOI: 10.22533/at.ed.8211925047
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Palavras-chave: Revolução Cubana; Geração Mariel; Exílio; Autobiografia.
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Keywords: Cuban Revolution; Mariel Generation; Exile; Autobiography.
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Abstract:
Reinaldo Arenas was a privileged
witness of the events in Cuba because he
lived within the Revolution; which established
a communist government. Writer and
homosexual, he faced it on two fronts, since
writers opposed to the regime were considered
counterrevolutionary and therefore intolerable;
as well as persecution against homosexuals.
He was exiled by the port of Mariel in 1980, in
a migratory movement formed mostly by young
people who were coerced to support and sustain
the Revolution, but who suffered persecution for
their convictions contrary to the regime and the
current morality. Arenas undoubtedly supported
the Revolution at its inception, but the censure
and persecution it suffered led to discontent and
opposition to it. For his account, we identified
two forms that Arenas used as resistance. One,
his own writing. For him, literature was his way
of existing and acting in the world around him:
both with his autobiography, a cry for freedom
and against oppression; and in his literary books
that, even fictional, made clear allusions and
harsh criticisms of Castroism. Second, Arenas used his homosexuality as a rebellion
against Cuban morality. These are only aspects of the writer’s complex personality and
life, which will be briefly presented in this paper.
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Número de páginas: 15
- Bruna Alves Carvalho Mendes