Os Jogos Olímpicos de Verão que, no presente, constituem a categoria de excelência do esporte mundial foram criados com o fundamento de contribuir para a construção da paz entre as nações. Para que fosse possível alcançar o propósito estabeleceu-se desde o princípio, em 1896, uma relação estreita, de interdependência, com a comunicação e com os seus meios de expressão, a fim de agregar base sólida para que o evento fosse conhecido. Os meios de comunicação em geral contribuem para a concepção, interpretação e entendimento das coisas que cercam os indivíduos, portanto, o papel decisivo que exerceram e o aporte que constituem até hoje para o desenvolvimento e a consolidação das olimpíadas ao redor do mundo é inegável. No início, o meio mais utilizado para levar às pessoas as informações sobre os jogos foi o impresso, os cartazes publicitários, que instrumentalizaram a comunicação da época, sendo considerados imagens oficiais que colaboram para lançar, marcar e registrar na memória a trajetória do evento esportivo. A reflexão apresentada lança um olhar científico sobre cartazes oficiais dos jogos olímpicos que circularam entre os anos de 1912 até 2016, ou seja, ao longo do tempo este recurso de comunicação seguiu fazendo parte das estratégias comunicacionais do evento. Com o objetivo de conhecer a estrutura dos cartazes e identificar seus elementos constitutivos, na esteira do alfabetismo visual, propõe-se uma breve leitura visual dos registros de expressão das peças gráficas. Metodologicamente, estudiosos do design gráfico e dos estudos visuais como Kandinski (1970), Ambrose (2012), Català Domenech (2011) e Gomes Filhos (2009) entrelaçam-se a estudos relativos ao alfabetismo visual e seus procedimentos, tratados por Dondis (1997), Leborg (2015) e Wong (1995), referências clássicas no espaço da pesquisa sobre a área. A sociedade de consumo que permeia o contexto da comunicação e onde esta se insere, lança as bases para a discussão.