Com base nos princípios do Pensamento Complexo, que reconhece a inter-relação, a incerteza, e a multidimensionalidade, essenciais aos fenômenos, este artigo analisa a inovação digital no ensino fundamental, com foco nos anos finais, sob uma perspectiva que rejeita visões fragmentadas e reducionistas. Parte-se da ideia que os desafios educacionais contemporâneos são profundamente complexos, e, portanto, demandam abordagens integrativas que interliguem tecnologia, currículo, cultura e sociedade de forma sistêmica. A análise adota um olhar que avalia a interdependência entre os variados elementos que atuam no processo educativo, em sintonia com a proposta de Edgar Morin, que valoriza a articulação entre saberes e a contextualização do conhecimento. A metodologia utilizada foi uma  pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo e exploratório, coerente com a abordagem complexa ao permitir uma leitura interpretativa e completa dos fenômenos educacionais, baseando-se na revisão de estudos e relatórios nacionais e internacionais sobre inovação digital e competências do século XXI. Os resultados apontam que processos como aprendizagem por projetos, gamificação e sala de aula invertida potencializam mais participação e autonomia dos alunos. Essas abordagens ressaltam a importância de superar a fragmentação curricular, incentivando a criação de saberes que interligam diversas disciplinas e conectam-se com a realidade social dos alunos. Além disso, observa-se que o emprego estratégico das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação favorece a construção de conhecimentos integrados à vida cotidiana e ao uso responsável da tecnologia. Dessa forma, evidencia-se que a transformação digital no contexto educacional exige um pensamento capaz de transitar entre dimensões técnica, ética, pedagógica e social, conforme proposto pelo Pensamento Complexo. Essa integração pede uma visão educacional holística, com foco no contexto, cidadãos ativos, reflexivos e preparados para os desafios contemporâneos. Para que essa transformação ocorra de forma justa e com relevância pedagógica, é necessário enfrentar desafios estruturais e formativos, como a desigualdade na infraestrutura e a qualificação docente, aspectos que também exigem uma abordagem complexa e articulada.