A influência do espaço cênico na dramaturgia shakespeariana: impasses da montagem do Hamlet do Teatro de Arte de Moscou
O presente artigo é um excerto
do trabalho Hamlet de Stanislávski e Craig:
O Drama dos Bastidores, um estudo sobre
o processo de criação do espetáculo Hamlet,
de William Shakespeare, pelo Teatro de Arte
de Moscou; espetáculo apresentado em
1912, icônico por suas inovações técnicas e
cenográficas. Contraditório em suas tendências
artísticas, nascidas do encontro criativo entre
Konstantin Stanislávski e Edward Gordon Craig,
a obra exemplifica a confluência (e o choque)
entre o naturalismo e o simbolismo, duas
correntes artísticas das mais dominantes no
século XX. Através da análise desse encontro
ímpar na perspectiva da encenação, buscamos
estabelecer a discussão sobre estéticas teatrais,
questionando a distinção entre as linhas de
cunho ilusionista e as linhas mais teatralistas,
tendo nos dois diretores o nascedouro de duas
vertentes específicas tanto em relação ao lugar
da interpretação, quanto aos demais elementos
da cena. O fragmento aqui apresentado, traz
uma reflexão sobre a influência do espaço cênico
na forma dramatúrgica e, por consequência, no
trabalho atoral dela derivado.
A influência do espaço cênico na dramaturgia shakespeariana: impasses da montagem do Hamlet do Teatro de Arte de Moscou
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DOI: 10.22533/at.ed.9101918066
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Palavras-chave: Teatro de Arte de Moscou; Konstantin Stanislávski; Edward Gordon Craig; Hamlet; História do Teatro.
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Keywords: Moscow Art Theatre; Konstantin Stanislávski; Edward Gordon Craig; Hamlet; History of Theatre.
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Abstract:
This article is a study on an
excerpt from Stanislavsky and Craig’s Hamlet:
The Backstage Drama, a study of William
Shakespeare’s Hamlet, by the Moscow Art
Theatre. This version of the famous play
was presented in 1912, and became iconic
for technical and scenographic innovations.
Contradictory in its artistic tendencies, born
of the creative encounter between Konstantin
Stanislavsky and Edward Gordon Craig, the
theatrical show exemplifies the confluence (and
clash) between naturalism and symbolism, two
of the most dominant artistic currents of the
twentieth century. Through the analysis of this
unique encounter in the perspective of staging,
we seek to establish the discussion of theatrical
aesthetics, questioning the distinction between
the illusionist lines and the more theatrical
lines, having in the two directors the birth of two
specific strands, related to the place of acting
and to any other elements of the scene. The
fragment presented here brings a reflection on the influence of the scenic space in the
dramaturgical form and, consequently, in the acting work derived from it.
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Número de páginas: 15
- Edilaine Dias