Artigo - Atena Editora

Artigo

Baixe agora

Livros
capa do ebook A INDEPENDÊNCIA CONGOLESA COMO UM PROCESSO DE MANUTENÇÃO DO CONSERVADORISMO SOCIAL E ECONÔMICO

A INDEPENDÊNCIA CONGOLESA COMO UM PROCESSO DE MANUTENÇÃO DO CONSERVADORISMO SOCIAL E ECONÔMICO

O presente trabalho objetiva analisar o processo de independência do então Congo Belga (atual República Democrática do Congo), que foi colônia do Estado belga de 1906 a 1960, como um fenômeno de manutenção do conservadorismo social e econômico. Isto porque, como se pode concluir, a então metrópole, Bélgica, almejava que, mesmo após a independência política de sua colônia africana, as relações econômicas neocoloniais seguissem as mesmas pautas do período colonial. Por isso, belgas, mesmo sem enfrentar resistência armada em seu território colonial – como ocorreu em outros contextos africanos durante o processo de descolonização - coordenaram um processo de transferência do poder para os congoleses que durou apenas 3 meses, processo este que Kabengelê Munanga chamou de “um cálculo maquiavélico orquestrado por uma ala da política belga e os representantes dos meios de negócios”  (MUNANGA, 2011, p. 14). O que ocorreu após a independência, em 1960, foi uma série de eventos que culminaram no período denominado Segunda República - a ditadura de Mobutu Sese Seko, que instaurou um governo que Peter Evans (1993) chamou de “Estado predatório”: “Desde que Joseph Mobutu Sese Seko assumiu o governo do Zaire em 1965, ele e seu círculo íntimo no interior do aparelho de Estado zairiano têm extraído enormes fortunas pessoais das receitas geradas pela exportação da impressionante riqueza mineral do país” (EVANS, 1993, p. 114). Mobutu permaneceu no poder da República do Zaire até 1997, tendo sido considerado por anos o homem mais rico do mundo e sendo, ao menos até o fim da Guerra Fria, sempre bem-vindo tanto em Bruxelas, quando em Washington. A metodologia aqui utilizada foi a revisão bibliográfica.

Ler mais

A INDEPENDÊNCIA CONGOLESA COMO UM PROCESSO DE MANUTENÇÃO DO CONSERVADORISMO SOCIAL E ECONÔMICO

  • DOI: 10.22533/at.ed.63720090911

  • Palavras-chave: Independência congolesa. Congo Belga. República do Zaire. República Democrática do Congo. Bélgica.

  • Keywords: Congolese independence. Belgian Congo. Republic of Zaire. Democratic Republic of the Congo. Belgium.

  • Abstract:

    The present article aims to analyze the independence process of the then Belgian Congo (present Democratic Republic of Congo), which was a colony of the Belgian State from 1906 to 1960, as a phenomenon of maintenance of social and economic conservatism. This is because, as can be concluded, the then metropolis, Belgium, longed that, even after the political independence of its African colony, neocolonial economic relations would follow the same guidelines of the colonial period. For this reason, Belgians, even without facing armed resistance in their colonial territory - as occurred in other African contexts during the decolonization process - coordinated a power transferring process to the Congolese that lasted only 3 months, a process that Kabengelê Munanga called “A Machiavellian calculation orchestrated by a wing of Belgian politics and representatives of the business community” (MUNANGA, 2011, p. 14). What happened after independence in 1960 was a series of events that culminated in the period called the Second Republic - the dictatorship of Mobutu Sese Seko, which established a government that Peter Evans (1993) called a “predatory state”: “Since Joseph Mobutu Sese Seko took over the government of Zaire, in 1965, he and his inner circle within the Zairian state apparatus have extracted enormous personal fortunes from the revenues generated by the export of the country's impressive mineral wealth ” (EVANS, 1993, p. 114). Mobutu remained in power in the Republic of Zaire until 1997, having been considered for years the richest man in the world and being, at least until the end of the Cold War, always welcome both in Brussels and in Washington. The methodology used here was the bibliographic review.

  • Número de páginas: 17

  • Paulo Cesar de Abreu Paiva Júnior
  • Felipe Antonio Honorato
Fale conosco Whatsapp