A epilepsia farmacorresistente é uma refratariedade de controle de crises epiléticas ao tratamento medicamentoso com fármacos antiepilépticos (FAE). Possui indicadores como a frequência elevada de crises nas fases iniciais, o início precoce (abaixo de 2 anos) e representa 30% dos casos de epilepsia em crianças. Cerca de 25% a 50% dessas se adequam ao tratamento cirúrgico ressectivo que consiste na remoção de parte do tecido cerebral considerada responsável pelas crises que, em maioria, são de origem temporal, bem como outras localizações como nos casos de displasia cortical, tumores de baixo grau, lesões atróficas, malformações vasculares e síndromes. A cirurgia ressectiva é indicada como terapêutica curativa ou paliativa após a identificação da zona epileptogênica por vídeo-EEG, testes neuropsicólogos e neuroimagem, avaliação da resposta aos Fármacos antiepiléticos (FAE) pela má-adesão ao tratamento, utilização inadequada ou frequência e doses insuficientes, por vezes com associações inadequadas, e compará-las com risco-beneficio cirúrgico e os tipos de politerapia associativa, considerando outros tratamentos como calosotomia, hemisferectomia e neuromodulação. O presente estudo visa enfatizar a importância de realizar precocemente o diagnóstico com a classificação da crise, tratamento e prognóstico adequado de pacientes portadores de epilepsias farmacorresistentes considerando a pseudorefratariedade como recorrente. E obter controle de crises epiléticas com mínima ou nenhuma repercussão funcional ( sequela neurológica ), a interrupção do curso de potenciais consequências negativas da doença, retomando ou mantendo desenvolvimento neuropsicomotor essencial da infância, através do resultado cirúrgico-ressectivo satisfatório quando indicado em tempo adequado, considerando as crises epilépticas persistentes nessa fase. Revisão bibliográfica realizada com artigos científicos da SciELO publicados no período de 2001 a 2017, utilizando as palavras chaves- epilepsia refratária-tratamento- indicação cirúrgica- qualidade de vida-pediatria. Ocorre resolução em 30-40% dos casos. O êxito da cirurgia depende da ressecção cirúrgica da lesão. Lesões circunscritas, em áreas corticais eloquentes, há melhor prognóstico, podendo ser necessária a intervenção estereotáxica (implante de eletrodos). Nas lesões extensas, a conduta é direcionada para lobectomia ou quadrantectomia. Faz-se importante o tratamento cirúrgico precoce para melhor controle do declínio cognitivo, distúrbios psiquiátricos e desaparecimento das crises convulsivas, com isso proporcionando qualidade de vida e integração social mais adequada para pacientes epiléticos farmacorresistentes.