A GEOGRAFIA AGRÁRIA E O DEBATE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA CAMPONESA
A geografia agrária, nas últimas décadas, tem se destacado pela diversidade de temas que estão incorporados à sua pauta. Nesse aspecto, a principal contribuição da geografia contemporânea sobre o espaço agrário está em tomá-lo com eixo central para entendimento das metamorfoses pelas quais ele vem passando. A geografia, como ciência, vem tendo participação efetiva nas discussões que envolvem o mundo dos problemas sociais envoltos em uma camada superficial de diversas realidades esparsas que se cruzam em determinado ponto e que, muitas vezes, são contraditórias como a agricultura camponesa e o agronegócio. O objetivo desta pesquisa foi contribuir teoricamente ao debate na geografia agrária, discutindo questões históricas e também pertinentes à contemporaneidade sobre as políticas públicas destinadas aos agricultores camponeses que estão intrinsecamente relacionadas a partir da perspectiva do conceito de território. Assim, o trabalho é uma tentativa de contribuir com o debate geográfico nas últimas décadas, particularmente na geografia agrária. O arcabouço teórico-metodológico partiu de obras clássicas e contemporâneas importantes nas pesquisas que envolvem a vertente agrária da geografia. Ele é constituído a partir das contribuições de Corrêa, Denez, Fajardo, Fernandes, Ferreira, Fuini, Lima, Megale, Mitidiero Junior, Garcia, Viana, Moreira, Oliveira, Pereira, Saquet, Souza e Welch. É a partir desses trabalhos que foram situadas as condições do desenvolvimento das políticas públicas para a agricultura campesina. Há uma disparidade que parte da lógica metabólica do capital, que beneficia o agronegócio em detrimento da produção da vida dos povos do campo que sofrem em um conflito histórico pautado em expropriação e/ou exploração. Dessa forma, o território da agricultura camponesa torna-se desigual e contraditório, afirmando, cada vez mais, a terra como capital e unicamente enquanto local de produção.
A GEOGRAFIA AGRÁRIA E O DEBATE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA AGRICULTURA CAMPONESA
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DOI: 10.22533/at.ed.5332108031
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Palavras-chave: Território, políticas no campo, agricultura camponesa.
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Keywords: Territory, policies in the field, peasant agriculture.
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Abstract:
In the last decades, rural geography has been marked by the diversity of themes incorporated into its agenda. In this respect, the main contribution of contemporary geographical debate on the agrarian space is to take it as the central axis for understanding the metamorphoses it has been through. As a science, geography has been taking an effective part in the discussions involving the world of social problems. This world is enveloped in a superficial layer of diverse scattered realities overcrossing each other at a certain point. Regarded to the agrarian space, the actual layers are often contradictory, as are peasant agriculture and agribusiness models. This research aimed to contribute theoretically to the debate on agrarian geography, discussing historical and also contemporary issues regarding public policies for peasant farmers that are intrinsically related to the perspective of the concept of territory. Thus, the research is an attempt to contribute to the geographic debate in recent decades, particularly in agrarian geography. The theoretical-methodological framework is based on classical and contemporary works that are important regarded to the agrarian aspect of geography. It is constituted from the contributions of Corrêa, Denez, Fajardo, Fernandes, Ferreira, Fuini, Lima, Megale, Mitidiero Junior, Garcia, Viana, Moreira, Oliveira, Pereira, Saquet, Souza e Welch. It is from these works that the conditions for the development of public policies for peasant agriculture have been situated. There is a disparity that starts from the metabolic logic of capital that benefits agribusiness to the detriment of the production of life for the people of the countryside who suffer in a historical conflict based on expropriation and/or exploitation. In this way, the territory of peasant agriculture becomes unequal and contradictory, increasingly affirming the land as capital and only as a place of production.
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Número de páginas: 15
- Aníbal Simões Filho
- Elton Oliveira da Silva