O xadrez é uma modalidade esportiva

que simula a batalha entre dois reinos, e através

do jogo é possível desenvolver o raciocínio

lógico, o planejamento e a elaboração de

estratégias (FARIAS; RODRIGUES, 2014). No

processo de popularização que o enxadrismo

tem sofrido no país nas últimas décadas,

entretanto, há uma lacuna de investigações

sobre quem são aqueles que conduzem o seu

processo de ensino-aprendizagem nos âmbitos

escolares, de alto rendimento e de lazer. O

objetivo deste trabalho, assim, é investigar

a formação de agentes responsáveis pelo

processo de ensino-aprendizagem do xadrez no

contexto brasileiro. Este estudo caracteriza-se

como uma pesquisa descritiva com abordagem

quantitativa, a qual fora realizada por meio do

envio de questionários contendo 10 questões

a uma amostra de conveniência composta por

grupos de contatos de agentes responsáveis

pelo processo de ensino-aprendizagem do

xadrez. Participaram da pesquisa 161 sujeitos

atuantes no ensino do xadrez em 24 estados

do Brasil, além do Distrito Federal. Em relação

à formação acadêmica, verificou-se que 90%

(145) destes sujeitos possuem um curso de

graduação e 54% (87), por sua vez, uma

pós- graduação. Desses 90% (145) que se

graduaram, 85,5% (124) a realizaram em

cursos de licenciatura e 14,5% (21) por meio de

bacharelados. Apesar dos dados demonstrarem

alto índice de formação acadêmica, esta não

necessariamente se vincula à área da Educação

Física, a qual acredita-se ser a mais adequada

a habilitar tais profissionais, considerando ser o

xadrez uma modalidade esportiva. Entre estes

agentes, ainda, 57,8% (53) apresentam uma

formação complementar restrita a uma duração

de 80 horas, quantitativo baixo se comparado

a um curso de pós-graduação lato sensu,

sendo esta uma das vias a contribuir para o

aprimoramento da atuação em sala de aula. Em

suma, concluiu-se que tais agentes apresentam

uma formação acadêmica relevante, porém, nem

todos apresentam uma formação específica em

Educação Física. Para além, há uma relativa

baixa quantidade de horas em formação complementar que também se apresenta

como um dado a ser considerado, uma vez que apresentar uma formação acadêmica

geral e uma formação específica para o xadrez podem se constituir caminhos para o

aperfeiçoamento da prática pedagógica em ambos os contextos escolares, de lazer e

de alto rendimento.