Devido ao fortalecimento de potências como os Estados Unidos, país onde o neoliberalismo está fortemente presente em um conjunto organizado de políticas de governo, as ideias neoliberais passaram a influenciar diversos campos da atividade humana, inclusive, a educação. Segundo Christian Laval (2019), o neoliberalismo escolar tenta inserir, nos processos educativos, valores caros às elites econômicas, como inovação e eficiência. Com isso, os sistemas escolares têm sido pressionados a trabalharem com base nas necessidades do capitalismo econômico. Nesse sentido, busca-se, por um lado, tirar a autonomia das escolas e, por outro, silenciar os agentes escolares. Por isso, a educação profissional pública e de qualidade deve ser foco de resistência ao neoliberalismo escolar, para que se busque a integralidade da formação de homens e mulheres, considerando relações sociais, gênero, sexualidade, raça, entre outras questões que ontologicamente se apresentam em nosso tempo. Eis a proposta deste texto: argumentar que a educação profissional tem potencial para resistir ao neoliberalismo escolar, promovendo compreensões sobre os diversos princípios envolvidos na relação entre trabalho e educação.