A doutrina da Escola Ibérica da Paz e o direito de Converter e de ser Convertido
Desde o primeiro contato entre Europeus e Nativos da América o contraste cultural fica evidente e dele surgem questões importantes, e esforços de criar justificativas no processo de domínio forçaram os teóricos e missionários a dissertar, dentre outros temas, acerca da conversão, principal elemento legitimador presente nos discursos colonizadores. E é acerca deste direito a converter e a ser convertido que buscarei tratar neste trabalho. Tratarei de apresentar o tema com base em vários tratados de teólogos das universidades ibéricas, bem como missionários, que, frontalmente, condenavam a brutalidade do processo. Algo que se pode entender como Escola Ibérica da Paz, um conjunto de justeólogos, e missionários, que foram críticos ferrenhos da lógica da dominação e da violência, alicerçada, sobretudo, no discurso do suposto objetivo da conversão. Há nestes tratados, recentemente localizados, traduzidos e publicados a defesa de uma paternidade divina comum a todos os homens, a origem popular do poder, a ideia de um direito universal e outros temas discutidos pela escola, que apontam para uma lógica moral de tolerância e defendem que a guerra e, especialmente a conversão, devem ocorrer sob critérios morais, que não representem danos ao catequizado nem ao missionário. Os escritos estabelecem que a postura do cristão, especialmente no novo mundo, não deve se distanciar da razão, razão esta que, para a Escola Ibérica da Paz, é um dom legado por Deus aos homens, de modo que o seu uso se torna obrigatório para orientar a vida, logo, a injustiça em qualquer espaço do mundo, perpetrada por qualquer indivíduo, é injustificável, mesmo que em nome da salvação de almas.
A doutrina da Escola Ibérica da Paz e o direito de Converter e de ser Convertido
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DOI: 10.22533/at.ed.2102126059
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Palavras-chave: História Ibérica; História do Direito; História da Filosofia; Pensamento Ibérico; Escola Ibérica da Paz
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Keywords: Iberian History; History of Law; History of Philosophy; Iberian thought; Iberian Peace School
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Abstract:
Since the first contact between Europeans and Native Americans, the cultural contrast is evident and important questions arise from it, and efforts to create justifications in the process of domination forced theorists and missionaries to speak, among other themes, about conversion, the main legitimizing element present in colonizing speeches. And it is about this right to convert and to be converted that I will seek to address in this work. I will try to present the theme based on various treatises by theologians from Iberian universities, as well as missionaries, who, frontally, condemned the brutality of the process. Something that can be understood as the Iberian peace school, a group of theologists, and missionaries, who were staunch critics of the logic of domination and violence, based, above all, on the discourse of the supposed objective of conversion. In these treaties, recently located, translated and published, the defense of a divine fatherhood common to all men, the popular origin of power, the idea of a universal right and other topics discussed by the school, which point to a moral logic of tolerance and they argue that war and, especially, conversion, must take place under moral criteria, which do not represent damage to the one being converted or the missionary. The writings establish that the Christian's posture, especially in the new world, should not be distanced from reason, a reason that, for the Iberian Peace School, is a gift bequeathed by God to men, and they use becomes mandatory to guide life, therefore, injustice anywhere in the world, perpetrated by any individual, is unjustifiable, even in the name of the salvation of souls.
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Número de páginas: 16
- Adelmo José da Silva Filho
