A contraconduta no uso desobediente dos espaços públicos urbanos
As normas de conduta que afetam os modos de vida cotidianos serão discutidas a partir da limitação das liberdades individuais e coletivas no que se refere ao uso dos espaços públicos da cidade. Michel Foucault discute o conceito de sociedade disciplinar com base no controle do comportamento: o conceito de governamentalidade trata da conduta dos indivíduos orientada de acordo com os interesses de um conjunto complexo de instituições, procedimentos, protocolos, análises, reflexões, cálculos e táticas que regulam a vida cotidiana. A discussão da governamentalidade é inseparável das manifestações de resistência a ela, assim a contraconduta é a decisão de se colocar contra os efeitos das relações de poder estabelecidas que orientam o comportamento nos espaços públicos de “uso livre”. A partir da narrativa do experimento onde três dançarinas de pole dance se apropriam de um ponto de ônibus em Belo Horizonte, a experiência do corpo na cidade é analisada sob a perspectiva da provocação, da experiência estética e da insurgência, a fim de questionar os efeitos e os limites do controle e da vigilância e o papel da desobediência como contraconduta vivida no cotidiano. É possível que experiências estéticas relacionadas à apropriação das estruturas da cidade para outros fins, diferentes daqueles para que foram pensados inicialmente sob um viés funcionalista, se organizem politicamente como uma negação, ou seja, como comportamento desviante da norma. Assim, se manifestam como corporificação do conceito de contraconduta localizadas no tempo e no espaço.
A contraconduta no uso desobediente dos espaços públicos urbanos
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DOI: 10.22533/at.ed.4942003084
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Palavras-chave: Espaço público; Arquitetura; Virtual; Pole Dance; Contraconduta
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Keywords: Public space; Architecture; Virtual; Pole Dance; Counter-conduct
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Abstract:
The rules of conduct that affect daily lifestyles will be discussed based on the limitation of individual and collective freedoms regarding the use of public spaces in the city. Michel Foucault discusses the concept of disciplinary society based on the control of behavior: the concept of governmentality deals with the conduct of individuals oriented according to the interests of a complex set of institutions, procedures, protocols, analysis, reflections, calculations and tactics that regulate everyday life. The discussion of governmentality is inseparable from the manifestations of resistance to it, so counter-conduct is the decision to stand against the effects of established power relationships that guide behavior in public spaces. From the narrative of the experiment where three pole dancers take over a bus stop in Belo Horizonte, the experience of the body in the city is analyzed from the perspective of provocation, aesthetic experience and insurgency, in order to question the effects and the limits of control and surveillance and the role of disobedience as counter-conduct experienced in everyday life. It is possible that aesthetic experiences related to the appropriation of city structures for other purposes, different from those for which they were initially thought under a functionalist bias, are politically organized as a negation, that is, as behavior deviating from the norm. Thus, they manifest themselves as the embodiment of the concept of counter-conduct located in time and space.
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Número de páginas: 10
- Laura Fonseca de Castro
