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A AUTOFICÇÃO E O PROCESSO HISTÓRICO- SOCIAL EM O IRMÃO ALEMÃO, DE CHICO BUARQUE

RESUMO: O livro escrito por Chico Buarque, O Irmão Alemão, é uma autoficção em que os acontecimentos são relatados por um narrador (caracterizado como espelho do autor Chico Buarque) que se denomina Cicco. Durante a história, os conflitos da personagem são descritos de uma maneira que o leitor se sinta muito próximo das ações e dos diálogos, isso ocorre pelo desejo/curiosidade de se saber mais sobre a vida de um dos nossos maiores artistas brasileiros e por ser um livro que apresenta o narrador em primeira pessoa, além de outras vozes intercaladas, é muito mais fácil se identificar com Chico/Cicco e sua jornada ao desvendar o mistério que ronda sua família, ou melhor, sobre o que aconteceu com seu pai – que teve um filho - no tempo em que ele esteve na Alemanha e lá viveu um affair com uma mulher. O que pode levar o leitor a pensar que é uma autobiografia são os documentos e as fotos que são colocados no romance, conforme são descobertos por Ciccio. A mistura do real e da ficção é abordada no texto de Leyla Perrone-Moisés. Para a autora, a autoficção, por não ter obrigação com o real, pode misturar um acontecimento da realidade com o que gostaria que tivesse acontecido ou mudar um fato ou deixá-lo muito mais intenso e caricato, buscando também uma identificação ou empatia com o leitor. Pretende-se, neste capítulo, saber o que pode ser real ou ficção, focando, além dos aspectos ligados à vida dos sujeitos, os contextos relacionados aos acontecimentos históricos brasileiros e alemães durante os regimes autoritários.
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A AUTOFICÇÃO E O PROCESSO HISTÓRICO- SOCIAL EM O IRMÃO ALEMÃO, DE CHICO BUARQUE

  • DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.2232407084

  • Palavras-chave: CHICO BUARQUE, AUTOFICÇÃO, O IRMÃO ALEMÃO.

  • Keywords: CHICO BUARQUE, AUTOFICTION, THE GERMAN BROTHER.

  • Abstract: The book written by Chico Buarque, "O Irmão Alemão" (The German Brother), is an autofiction in which the events are narrated by a narrator (characterized as a mirror of the author Chico Buarque) who calls himself Cicco. Throughout the story, the character's conflicts are described in a way that makes the reader feel very close to the actions and dialogues. This occurs due to the desire/curiosity to know more about the life of one of our greatest Brazilian artists, and also because it is a book written in the first person, making it much easier to identify with Chico/Cicco and his journey to unravel the mystery surrounding his family, or rather, what happened to his father—who had a son—during the time he spent in Germany and lived an affair with a woman. What can lead the reader to think it is an autobiography are the documents and photos that are included in the novel, as they are discovered by Cicco. The mixture of reality and fiction is addressed in the text by Leyla Perrone-Moisés. For the author, autofiction, not being bound to reality, can mix a real event with what one would like to have happened or change a fact or make it much more intense and caricatured, also seeking identification or empathy with the reader. This chapter aims to explore what can be real or fiction, focusing not only on aspects related to the subjects' lives but also on the contexts related to historical events in Brazil and Germany during the authoritarian regimes.

  • Danieli Duarte Silva
  • Paulo Henrique Pressotto
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